Excepção para aqueles que conheço, cuja profissão lhes impõe recatar a cara, e então, coisa rara, em vez dela, aceito que ponham um cão, uma flor ou um leão. Ao meu jeito, sem abdicar do princípio, esses pormenores respeito e se me pedem para entrar, e vierem por bem, bom proveito. Mas que entrem a descoberto, não gosto de encapuzados, não gosto do chico-esperto, que se faz amigo e, volta e meia, se põe a bisbilhotar a casa alheia. Mas esse tem os dias contados. E mais uma regra, à maneira medieval, sendo eu o hospitaleiro, nesta realidade virtual, não permito ofensa, nem ataque aos que no meu mosteiro, por isto ou aquilo, pedem entrada, pedem asilo. Pois, isto dito, já dizia o meu pai que o "respeitinho é muito bonito". De resto não queria chegar à atitude radical que já tomei uma vez, como também fez recentemente, por motivo diferente, um amigo meu ao bloquear a entrada de um o"amigo" seu que, montado num cavalo sem peias, entrou a espadeirar a torto e direito, esquecido do jeito que é ser decente com toda a gente, em todo o lado, mesmo que dessincronizado no plano do pensamento e das ideias.
Avião, aviões, avião, aviões, eleição, eleições, mas parece-me exagerado crucificarem o Aveleira, por isso. Mais certo seria ele mudar de companhia, de conselheiros e de conselheira, aquela que, a seu jeito, adornada dos predicados da humildade e da sabedoria, tudo sabia, só não conhecia o sujeito com quem se metia. E este nem sequer a mandou para a outra banda, expressão lampeira que, anda e desanda, dia a dia, a semana inteira, na boca do povo. De resto, nem foi caso novo isto das avionetas traçarem os ares de Castro Daire, sendo errado atribuir ao avião (plural aviões) o desaire, a perda das eleições pelo PSD. Basta ver que, em 2011, por estes lados, na Feira de Ouvida, uma avioneta distribuiu rebuçados em voos rasantes e toda a gente, em corrida, ia apanhá-los, num instante. Feira da Ouvida, freguesia de Monteiras, onde, o Américo, do PSD, já se vê, usando as mesmas voadoras maneiras, ganhou por larga margem de votos, daí poder dizer-se, de bom siso, por estes sítios ignotos, que vitórias e derrotas nas eleições, não se devem a aviões. Nisto, como em tudo, andará bem avisado aquele que ouça o povo: "vale mais só, do que mal acompanhado".
Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.