EU FALO A SÉRIO
Recentemente, nos meus “TRILHOS SERRANOS”, a propósito da linguagem e atitudes das nossas gentes, quando tratei do trabalho do “CANTÉS”, esse profissional que, de aldeia em aldeia, cosia “louça, guarda-sois e penicos, zic-zac” escrevi o seguinte texto:
“Acabou a Monarquia e veio a República, mas a vassalagem permaneceu no verbo, no gesto e no uso. Permaneceu o hábito da vénia, do beija-mão (comum à nobreza e ao clero), do vergar a cerviz perante o poder. É só ver certos cidadãos correrem aos Paços do Concelho, após cada ato eleitoral, a felicitarem os ganhadores. É só reparar no gesto de qualquer condecorado em cerimónia pública face ao galardão que recebe. Seja Torre de Espada ou similar, título de Conselheiro, ou Comendador, vergada a cerviz, vassalagem garantida. Do ritual que elevava ao grau de “cavaleiro” o jovem guerreiro, posto de joelhos, cabeça baixa, frente ao rei ou qualquer outro senhor a encostar-lhe a espada no ombro, nesses tempos idos, é um saltinho até aos tempos de hoje. É só olhar e ver”.
Anda agora por aí um “aqui d’el-Rei” contra a COMENDA que foi concedida a um certo FABIANO (cujo nome omito para não borrar a minha escrita) pelo senhor Presidente da República. Esse grito do IPIRANGA vem tarde demais para mim, como aqui deixo claro. Contra AMIGUISMOS, COMPADRIOS E CLIENTELAS me tenho batido publicamente sempre. Mesmo nos núcleos da minha FAMÍLIA IDEOLÓGICA. Querem provas? Passeiem pelos meus TRILHOS SERRANOS e tê-las-ão.
