Indústria de Tecidos - o Pisão |
Para que a teia de lã possa ser transformada em manta ou vestuário terá de ser pisoada e, para isso, lá existe um engenho, o pisão, cujas origens, para não destoar do tear a que anda associado, também não é fácil de situar historicamente no espaço e no tempo. |
Propriedade que foi de José Terezo, avô de Salvador de Carvalho, provavelmente recebido por herança e, por herança, transmitido aos descendentes, ele foi o único existente nas proximidades e por ele passaram todas as teias de burel tecidas em quase todos os teares manuais existentes nas povoações vizinhas, a saber: Pendilhe, Almofala, S. Joaninho, Monteiras e Cujó, para só falar destas.
Construído com materiais existentes na região, este tipo de engenho bem pode ser considerado um dinossauro no reino da técnica. Troncos e barrotes de madeira, geralmente carvalho e castanho, adquirem a forma e os nomes próprios dados pelo traçador, pela serra braçal, pelo machado e pela enxó. São os nomes que lhe advêm da função e do lugar que cada peça toma no corpo do «maquinismo» : roda motriz, eixo, esperas (levas), rabadilhas, maços (ou malhos), chavelhas, merendos, barelas, entroncas, masseira (ou gastalho/caldeadoiro), etc.

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.