RIO PAIVA – PENEDO DA ARGOLA
Neste ano de 2024, acompanhado do meu amigo António Gonçalves, percorri, com muita dificuldade, o troço do RIO PAIVA, sito a montante da PONTE PEDRINHA, ali, onde desagua o PAIVÓ, que habitantes mais idosos da vila de C. Daire, designam por “rio das mulheres”, o “rio dos homens” e o “penedo da argola”.
Um espaço que, tendo sido muito frequentado outrora, tal o impunham as difíceis condições de vida, o progresso votou-o ao esquecimento. Mas quem sabe se, agora, esse mesmo sítio não vira espaço de animação, cultura e usufruto das belezas naturais e paisagísticas, tão ao gosto dos tempos modernos? Quem sabe se esse mesmo sítio, agora no esquecimento, não vira BILHETE POSTAL CONCELHIO atrativo de naturais e de forasteiros, o elo de ouro re volvido ao cordão de afetos que sempre ligou os naturais do concelho aquele PARAÍSO TERREAL?
O resto fica em POESIA, assim:
RIO PAIVA - PENEDO DA ARGOLA
Fechado em concha, ali, no rio Paiva
Eis lá uma rocha, eis lá um penedo
Em torno dele aprenderam a nadar sem medo
Tantos castrenses, sem que disso se saiba.
Naquelas águas batidas e cristalinas
Lavavam as mulheres a suja roupa
E também o cu das suas criancinhas
Pois a água domiciliária era pouca.
Um rio utilitário, um rio de afetos
Mergulhou no total esquecimento
E o amor que passava d’avós a netos
Apagou-se no livro dos sentimentos.
Quem devolve a vida aquele espaço
Que já tão cheio de vida foi outrora?
Ó CASTRENSES, nada nos cai no regaço
Se não lutarmos, por isso, em boa hora.
Abílio/setembro/2024