Era vice, deixei de sê-lo, devo isso ao Presidente. Sei que fez isso sem querê-lo e fê-lo irrevogavelmente, mesmo que ilegitimamente, não me canso de dizê-lo.
Mas o povo, esse maldito, que mais ordena em democracia, no parlamento pôs a maioria que me deixou nela frito. Mas não pensem que desisto, que abandono a direita, pois a direita é a minha vida. Era só o que faltava! faço-o a bem da nação. Levanto-a se está caída, é essa a minha obrigação. E não pense o Costa, o Costinha ou o Costão que eu me assusto com a sua camarilha, toda alinhada em flotilha de barcos tipo charuto. De marinhagem percebo tudo e de olho bem aberto, de periscópio levantado, estejam longe ou estejam perto, estejam eles por todo o lado, ouçam bem o que digo, no presente e no futuro, vou imergi-los bem fundo. A luta vai ser renhida, mas alguma coisa se ajeita, com uma esquerda aguerrida, prestem muita atenção nisto, eu à força de talento voltarei a ser ministro. E direita ora caída, ora caída, há de voltar a ter vida, ter entrada e saída, digna do meu contentamento.