Rubras saem da terra
Depois tornam-se amarelas.
São fruto da natureza
Logo depois da primavera.
E bem me lembro como era
Sempre cremosas e belas
Comidas sem ser na mesa.
No seu corpo, os cabacinhos
Barrigudos de creme cheios
Com ele fazíamos queijinhos
Ou chupávamos inteirinhos,
Tal qual se chupam seios.Só se dão com o calor
Nas planuras frias da serra
Agasalhadas pelo sargaço.
E, aninhadas no seu regaço
Eu bem me lembro como era,
Ficavam prenhas por amor
Ou seja lá pelo que for
Inchadas pariam alvo melaço.
Hoje, quantos anos já lá vão?
Passeando-me pela serra
Vêm-me à recordação
E procuro-as a cada passo.
Abílio/junho2018