CRENÇA E TENÇA
Toma o romeiro o seu cajado
E segue rumo ao santo
Afastado
Da sua devoção
O santo da sua crença.
Vai em romagem.
E cansado
Atira-se para um canto
Dorme no chão
E tem por colchão
A folhagem
E o aconchego da promessa
Prometida.
Essa
E outras da sua vida.
Passa a noite
Vem o dia
A caminhada reinicia
Pois longe fica o santuário
Do seu destino.
Vai por crença
Mas, no seu fadário,
No seu bornal
Mental
De sacrifício, trabalho e ócio.
Não perdeu o tino
Carrega a esperança
De ter por tença
A compensação
Da caminhada.
Enfim,
Crença e tença
É um negócio
De toma lá,
Dá cá.
Abílio/julho/2020