1 - A FONTE
Difícil missão é explicar o ÓBVIO, seja quem for e a quem for. Perguntar a qualquer pessoa adulta para que serve uma FONTE é, naturalmente, um ATENTADO à sua inteligência, ao seu conhecimento e à sua experiência de vida. A não ser que essa pessoa adulta tenha passado a vida a beber água engarrafada, sem se interrogar sobre o valor de tão precioso líquido, do lugar donde vem e trabalhos e despesas que dá a sua descoberta e exploração.
Mesmo assim, no exercício da minha CIDADANIA, vou perder algum do meu precioso tempo com o que é ÓBVIO e pergunto-me: para que serve uma FONTE? Resposta óbvia: para fornecer ÁGUA. Outra pergunta: então, dada essa finalidade, onde deve estar a FONTE? Resposta óbvia: deve estar em lugar acessível, o que nem sempre é fácil, sobretudo se a nascente ficar longe, isto é, na prega distante de uma serra, ou nas entranhas escuras de uma mina.
E, pergunta óbvia: quem vai à fonte? Resposta óbvia: quem precisa de água. Criança, ou adulto? Geralmente adulto..."descalça vai para a fonte, Leonor pela verdura"...já que a criança não tem força para transportar o pote, o caneco, o garrrafão...mas uma só garrafinha, se for menina ou menino.
E um VELHINHO, como vai à fonte se lhe vedam o caminho? Esse, curvada a espinha, perna arcada, dificuldade no andar pelo peso da idade, não tendo acesso à fonte, mesmo que ela esteja à mão de semear, sem criado, nem criada, quando à fonte não acede, só tem um remédio: morre à sede. E se tem carro, não se atreva a pará-lo na estrada para ir buscar um garrafão. Pois logo emtope o trânsito e levanta um buzinão, tal como aconteceu ontem que se ouviu em todo o lado, só nos Paços do Concelho não.
Pois! Mas há por aí jovens afoitos que, impelidos pela juventude, passando a vida na estrada sentados no seu automóvel, ou a voarem de avião a poluírem quilómetros e quilómetros de ar nas suas deslocações para o trabalho, de lazer ou de férias, eles, num fundamentalismo de lérias anti-automóvel, armam em sabichões e, dizendo-se defensores dos peões, "não sabem que as pernas comandam a vida". É isso, eles o dizem, "Eles não sabem"...mas um dia, OBVIAMENTE saberão.
2 - RELÓGIO DE SOL
Pergunta: para que serve um RELÓGIO DE SOL? Resposta óbvia: para indicar a HORA SOLAR em dias de sol. Como funciona? Resposta sábia: em todo o RELÓGIO DE SOL, tecnicamente bem feito e bem orientado, a SOMBRA do "ponteiro" projeta-se sobre um dos traços que indica uma das DOZE horas do dia. Por isso, um RELÓGIO DE SOL é um hino à INTELIGÊNCIA HUMANA, à GEOGRAFIA e GEOMETRIA. Uma lição de LATITUDE EM GRAUS. Mas o PSEUDO-RELÓGIO DE SOL que foi projetado para o LARGO DA FONTE DOS PEIXES, tornando aquele espaço de LAZER e SERVENTIA totalmente INÚTIL é o contrário de tudo isso. É um ATENTADO à INTELIGÊNCIA HUMANA, à GEOGRAFIA, à GEOMETRIA e, o que é pior ainda, um atentado à CIDADANIA CASTRENSE.
CIDADANIA? Resposta óbvia: pois claro. Contra esse ATENTADO quem é que PIA? Reparem na FOTOGRAFIA colodada ao fundo e atentem nas horas marcadas pelas sombra (hora solar) e na hora digital. Nesta altura do ano a HORA DIGITAL está avançada uma hora relativamanete á HORA SOLAR.
E a propósito: ainda se lembram das FONTES PÚBLICAS da LAVANDEIRA (perto do Santo António) e da NOSSA SENHORA, no MONTE DA LAPA, vizinhança de Vila Pouca? Já as esqueceram? Eu ainda não. E mesmo que os nossos EDIS nada façam por elas, não vou esquecê-las, enquanto for CIDADÃO.
