De qualquer modo pode perguntar-se porquê aquele PENEDO e não outro. Esfumada na memória tal "praxe", creio encontrar a explicação disso, não só na na sua forma arredondada, mas também naquela "nervura" que o atravessa a meio, de lado a lado. Tirando o rigor geométrico, ele faz lembrar um "globo terrestre" com a "linha do Equador" a meio. E se por perto não havia outro assim, e o "globo terrestre" não era estudado na "ESCOLA PRIMÁRIA", algo ele teria de misterioso ou se prestava ao "mistério" de mostrar aos mais novos a sacanice dos mais velhos. Aprendida a lição só um tolo voltava a cair na "esparrela", quando estivesse por perto um velhaco mais velho.
Aconteceu que andando eu por ali sozinho um dia, seguro de não vir a ser vítima de qualquer patifaria de outrem, resolvi encostar lá o ouvido e pôr-me à escuta. E então não é que com um ouvido bem encostado à nervura (ao Equador) e o outro atento aos sons do exterior, vento a marulhar na copa dos pinheiros e dos montes, chocalhos e campainhas a tocarem no pescoço das cabras e ovelhas, dei por mim a ouvir uma sinfonia como nunca tinha ouvido antes. Podia não ser o som dos "SINOS DE ROMA", mas foi uma experiência que me acompanhou a vida inteira e, por isso, aqui estou a relatá-la. Por isso lá fui tirar a fotografia. E, à semelhança do que fiz com o PENEDO DO ESMOLA, dele hei-de fazer um vídeo, tal como do "BURAQUINHO DA SENHORA DA LAPA" e do "PENEDO RATADO" que já constam dos meus ficheiros digitais. A narrativa camponesa e rústica é tão merecedora de ser escrita, quanto a narrativa urbana e citadina.
