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terça, 13 julho 2021 13:12

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

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A minha investigação sobre a HISTÓRIA LOCAL conduziu-me, um dia, ao jornal «Echos do Paiva» (nº  119 de 18 de Novembro de 1917) e por ele fiquei a saber o que transcrevo a seguir, assim:

guerra-1

«MADRINHAS DE GUERRA»

«Dois nossos conterrâneos que estão na frente da batalha, escrevem-nos a pedir madrinhas de guerra.

Acedendo ao sue pedido rogamos às Exmas. Damas desta vila, ou do concelho que se queiram prestar a esta missão simpática, a subida fineza de se dirigirem a João de Paiva Ramos, 1º cabo nº 535-1ª  Companhia de Infantaria nº 14 e a José Duarte Pereira Júnior, soldado nº 545 da 1ª Companhia de Infantaria nº 14-C.E.P. França.

O primeiro é de Pepim e o segundo de Ribolhos. Estamos convencidos de que nenhuma das nossas gentis patrícias deixará de acorrer ao nosso apelo».

Guerra-2Não cheguei a apurar se este apelo foi atendido, mas sabido é que «madrinhas de guerra» não faltaram durante a GUERRA COLONIAL (de 1961-1974)  e alguns desses «amadrinhamentos»  deram casamento e tudo.

E este meu apontamento também se liga à PRIMEIRA GRANDE GUERRA, como bem ilustram as fotos que aqui deixo tiradas à «CARTE  POSTAL» que o seu proprietário, meu colega professor,  sabendo-me interessado na recolha de toda a informação histórica, teve a gentileza de me deixar fotografar no dia, mês, ano e hora registadas automaticamente no canto inferior direito das fotos. Isto para dizer que, mesmo numa conversa de café, de passeio ou taverna, no caso vertente foi na OFICINA DO SAPATEIRO, do Mestre Abel Ferreira, ali junto aos Paços do Concelho, se ensina e aprende HISTÓRIA.

Numa das conversas veio à colação a PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL e a desminagem que, em França, se seguiu depois da contenda. E, bem assim, a necessidade de constituir equipas especializadas para tão melindrosa e perigosa tarefa. O BILHETE POSTAL que fotografei (dito «CARTE POSTAL» em francês, tal a importância que os CORREIOS FRANCESES deram à essas EQUIPAS DE ESPECIALISTAS), mostra uma delas, dita, «EQUIPE TROMPE LA MORTE», v.g. «EQUIPA QUE  ENGANA A MORTE» e nela, ao centro figura o senhor António Lopes Lourenço, natural de guerra-3Ranhados que, regressado à ucha, são e salvo, nela construiu uma habitação de cantaria com o dinheiro que trouxe  em resultado de ter incorporado a «EQUIPE D’ARTEFICIER» (especialista) como bem se mostra numa das fotos. Nela se diz ser a  «EQUIPA QUE ENGANA A MORTE», ou seja, repetindo, «EQUIPE TROMPE LA MORTE».

Pai de António Lopes de Oliveira, este, dada a sua profissão de mecânico veio residir para Castro Daire, solicitado pela «Garagem Clemente», primeira empresa e transportes públicos como já historiei no meu livro «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura», editado em 1995, pela Cãmara Municipal, já esgotado. Foi o livro mais lido nas Biblioteca ESCOLARES e também na Biblioteca Municipal. Era tempo de se proceder a uma SEGUNDA EDIÇÃO melhorada.

Depois de servir a Garagem Clemente, , António Lopes Oliveira assumiu as funções de eletricista na Câmara Municipal, onde se reformou.

Deslocado e residindo em  Castro Daire, aqui  constituiu família e foi pai de Irene Pinto de Oliveira, António Augusto Pinto de Oliveira, Hélia Pinto de Oliveira e Alcides Alberto Pinto  Oliveira, que gentilmente  me mostrou este  BILHETE POSTAL e me deixou fotografá-lo para ilustrar este APONTAMENTO.  

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.