PRIMEIRA PARTE
Ultimamente publiquei alguns trabalhos mais, aludindo à HISTÓRIA desta fonte e é, pois, tempo de lemnrar aqui o nome de alguns comerciantes antigos de Castro Daire que, a seu modo, escreveram o nosso PASSADO mandando imprimir em POSTAIS ILUSTRADOS (a preto e branco e também a cores) ligares e monumentos que ainda hoje são autênticos ícones do do nosso concelho. Lembro aqui esse meritório gesto da DONA RITA AUGUSTA DE FIGUEIREDO, O SENHOR MÁRIO JORGE FERREIRA PINTO, O SENHOR AIRES PINTO MARCELINO, SENHOR JOSÉ CARDOSO DIAS, O SENHOR ANTÓNIO ESTEVES (Papelaria ETC), A DONA MARIA DO ROSÁRIO (Casa das Miudezas), mais algumas EDITORAS de fora, que. por essa via ,divulgavam o NOSSO PATRIMÓNIO NATURAL E EDIFICADO, a NOSSA HISTÓRIA e nome de CASTRO DAIRE associado. Esses POSTAIS, a par dos jornais que, na época, se imprimiam na TIPOGRAFIA CASTRENSE, cujo PRELO saído da FUNDIÇÃO DE MASSARELOS em 1855, se encontra atualmente restaurado no MUSEU MUNICIPAL (PEÇA ARQUEOLÓGICA SINGULAR, (constante do meu livro «A IMPRENSA LOCAL», editado pelo Executivo Municipal) nunca bem divulgada e que, por falta de manutenção, como constatei recentemente, não tarda a ficar novamente calcinada) são autênticos MONUMENTOS para os estudiosos da HISTÓRIA LOCAL.
E, nessa senda, mais uma vez, à falta de INICIATIVA MUNICIPAL, focado no MONOGRAMA “CM” esculpido na ESFERA GRANÍTICA que remata a FONTE DOS PEIXES, recorri a DOIS EMPRESÁRIOS LOCAIS, com porta aberta na vila, a fim de eles contribuírem para que o “ECO DESTE SINO ANTIGO” ultrapassase os limites da vila e seu termo, levando consigo algo ICÓNICO da NOSSA TERRA.

Primeiro recorri à firma “FOTOGRAFIA MANUEL OLIVEIRA” e ali, como já disse em crónica anterior, com base no desenho e nas fotos que lhe levei, se elaborou gratuitamente a FOTOCOMPOSIÇÃO dos “OITO PEIXES” que formam as DUAS LETRAS - “CM” - desse “MONOGRAMA”. Depois, sempre fiel à OBRA ESCULPIDA NA PEDRA, fazendo uso das novas tecnologias, o jovem empresário PAULO ALMEIDA, da Firma “J.P. LASER”, com as modificações necessárias, verteu a IMAGEM DIGITAL para ÍMANES ANALÓGICOs, acrescentou-lhe o MARCO QUILOMÉTRICO 136, da ESTRADA NACIONAL N.2, como produto destinado ao mercado, permitindo assim que, algo ligado à NOSSA IDENTIDADE, neste princípio do século XXI, circulasse pelo mundo, como circularam antigamente os POSTAIS ILUSTRADOS a que aludi acima.
Desse modo, qual «SINO ANTIGO» que pelas quebradas, montes e vales do Montemuro faz ouvir as suas badaladas, levo longe, não somente o toque das TRINDADES, mas também o VALOR SIMBÓLICO do número “OITO”, tantos PEIXES quantos formam as DUAS LETRAS “CM” do MONOGRAMA (CÂMARA MUNICIPAL) - todos eles BOCA COM BOCA.
E, nas crónicas correlatas já publicadas, levei, igualmente, longe o VALOR SIMBÓLICO da forma TREVOLADA do tanque e da COLUNA GRANÍTICA levantada no seu interior, rematada com um CAPITEL em forma de CÁLICE, onde estão esculpidos DOIS PARES DE PEIXES - também eles BOCA COM BOCA - bocas circulares num sugestivo “OITO HORIZONTAL”, em cada par.
Ao todo são DOZE PEIXES esculpidos na estrutura da FONTE ORIGINAL, dita FONTE DA ESTRADA. Só no ano de 1921, os artífices da então, ou porque ignorarvam a gramática simbólica escrita naquelas peças graníticas, ou porque quiseram propositadamente apagá-la pela erudição semântica que exigia a sua leitura, é que lhe foram acrescentados, em granito diferente, os DOIS PEIXES laterais, em posição vertical, que atualmente servem de BICAS. O acrescento estaria mais conforme com o grau de literacia e as necessidades básicas vitais e culturais do povo que da fonte se servia. Assim em 1921, “mutatis mutandis”, assim em 2025. Passaram 104 anos. E se uma IMAGEM HUMANA, (de madeira, pedra ou gesso), posta num altar, facilmente se transforma num SANTO ou SANTA, difícil é transformar PEIXES em LETRAS (no MONOGRAMA MUNICIPAL) e, mais ainda, entender que o número “OITO” (de pé ou ditado), signifiquem a PROSPERIDADE, a FECUNDIDADE, o AMOR, o EQUILÍBRIO, o COSMOS, o UNIVERSO, o INFINITO.
Seja como for, com DOZE PEIXES antes de 1921 e com CATORZE PEIXES depois desse ano, certo é que a literatura oral, seja em dito solto de ocasião, seja em rima poética de inspiração popular, remete para procedimentos e valores humanos que não se ficam pela tosca pedra bruta. Assim:
“A fonte dos peixes
Tem a divina graça
De à terra prender
Quem dela beber
Quando por cá passa”.
CONCLUSÃO
E já passaram pela fonte e nela beberam muitas pessoas e muitos foram os autarcas que estiveram à frente dos destinos do concelho. E os atuais, alertados que foram por mim, oralmente e por escrito, nas redes sociais, em 2016, e 2022 para o significativo valor daquela OBRA, mostraram, até hoje, não ter um pingo de SEDE MENTAL, HISTÓRICA E CULTURAL que os levasse a proceder ao RESTAUROE a PRESERVAÇÃO do artístico LOGOTIPO MUNICIPAL, eu, MESTEIRAL DAS LETRAS, dispensando escopros e macetas, entendi RECRIÁ-LA com a ajuda das novas tecnologias e, respeitando a semântica e a gramática simbólica nela inscrita, prestar uma HOMENAGEM póstuma ao criativo MESTEIRAL que esculpiu esse MONOGRAMA e levá-lo ao mundo beneficiado com os SABERES, AS FORMAS, AS CORES e as LETRAS do nosso tempo.
Foi a única maneira que encontrei para despositar um PINGO DE SEDE MENTAL na língua do PODER LOCAL e de toda a gente que, indo ali saciar a SEDE FÍSICA, geralmente não lê, nem lia, porque desconhecia, a SEMÂNTICA E GRAMÁTICA SIMBÓLICA escrita naquelas peças graníticas ao ritmo do esquadro, compasso, escopro e maceta, ferramentas tão sabiamente manejados por ALGUÉM que, pelos vistos, imerecidamente, deixou a sua vida, a sua criatividade, imaginação e arte, sem igual, neste ingrato cantinho de PORTUGAL, chamado CASTRO DAIRE.
IMANES: https://www.youtube.com/watch?v=jShhdKdxgV8
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NOTAS RETIRADAS DO GOOGLE:
1 - Os PEIXES podem representar a abundância das bênçãos divinas, a vida e a fartura.
2 - O NÚMERO OITO , na vertical, significa prosperidade, poder, sucesso material e vitória na numerologia, sendo associado à lei da causa e efeito e à justiça.
3 - O NÚMERO OITO, na horizontal, é um símbolo do infinito, representando eternidade, fluxo contínuo, amor e equilíbrio.
4 - O TREVO DE TRÊS FOLHAS simboliza a Santíssima Trindade para os cristãos, a fé, a esperança e a proteção espiritual para os celtas, e a prosperidade e abundância para diversas culturas.
5 - Fora do contexto religioso, a forma de CÁLICE pode ser utilizada como um elemento decorativo ou arquitetónico que evoca a ideia de abundância ou de um recipiente.