Neste serrano rincão, onde Baco, deus pagão, braço estendido, gesto largo, aberta a mão, plantou bacelos e cultivou vinhas, longe estava ele de sabê-lo que neste seu senhorio a dominar a serra, a dominar o rio, a dominar tudo em redor, embora tardo...viria outro senhor, de seu nome Leonardo, um Santo cristão, promovido a capitão do barco da imaginação que um poeta pôs a rasgar as vagas levantadas do mar encapelado que viu nestas encostas e ravinas que, sedentas e apressadas, descem a beijar o rio.
E Baco, o deus pagão, perdido que foi o senhorio, do novo império se tornou cativo, mas, nessa condição, se manteve sempre, sempre renovado e vivo. E felizardo, em pipas ou engarrafado, navega pelo mundo inteiro, chegando a todo o lado o licor das suas vinhas. E se cristão se converteu o nome do seu domínio e ele de outro senhor ficou cativo, de S. Leonardo de Galafura, daqui, desta altura imponente, ele mostra a toda a gente que pagãos se mantiveram o plantio, o aroma, a paisagem, a cor e cativo delas e dele ficou o cristão conquistador.
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Abílio/04/042015