Trilhos Serranos

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segunda, 12 outubro 2015 15:10

CAMÕES

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Ó Luis, 
Ó Luis de Camões
Mesmo sem carne, nem cabelo

Nem  olho,

Quero lá sabê-lo

Levanta-te da tumba

Esqueleto com quilhões
Puxa da pena

E como o povo diz
Zumba
Em verbo duro

Na tua própria grafia

(Eu cá não escolho)
Nos velhos do Restelo

Em todos esses pimpões
(Analfabetos ou lidos)
Que, presos ao presente

Noite e dia
Esquecidos

De tempos idos,
Coitados,
Temem o futuro
E, no discurso manhoso
 Vociferam
No cais de partida
Dando hoje vida
Ao mar tenebroso,
Aos  monstros
E às quimeras
Que o habitavam, 
Quando vivo eras. 


Abílio/outubro/2015


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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.