Nesse tempo, se dividíssemos o mapa da Península Ibérica (inclusive Portugal) a cores, ao norte tínhamos os CRISTÃOS e ao sul, os INFIÉIS. O mapa de Portugal, após as eleições de domingo, mostra-nos a DIREITA a norte e a sul a ESQUERDA. E parece que a designação não está tão desfasada assim. Neste espaço da DIREITA foi onde se tentou derrubar a REPÚBLICA (eivada de ESQUERDA) com a dita MONARQUIA DO NORTE (eivada de DIREITA).
Havia quem não quisesse nem aderisse ao novo regime. Foram portugueses que, convictos das suas razões e valores, deram o corpo ao manifesto, pegaram em armas e lutaram contra ele. Perderam e causa e alguns deles a vida. Mas eis que, sem armas e sem lutas, os deputados da República, levantam o cu da cadeira da Assembleia da República, e mão no ar, acabam com o feriado nacional de 5 de Outubro. Esse dia não tem importância alguma. Comemorá-lo, para quê?
Os republicanos, pessoas e instituições afectas ao regime, não se rendem e, nos Paços do Concelho da capital, continua a fazer-se uma cerimónia oficial sobre o evento. Mas... atenção, este ano, o Presidente da República (reparem bem, sem ELA não existia ELE) recusou-se a estar presente, alegando que, em período eleitoral, o Presidente da República não participa nessa cerimónia. Tal qual os antecessores. Ouvi isso da sua boca e tive de dar-lhe razão. E interpelei-me, de seguida: que diabo me deu a mim na mona para marcar as eleições no dia 4 de outubro? Eis um "fausto pátrio" e um nome digo de subir às pias baptismais e substituir o de PELÁGIO.
Deixando isso, tal como prometi, hei de "partilhar" aqui, neste espaço, o resultado da investigação que a tal respeito fiz, mas hoje, e antes disso, no rescaldo das legislativas, agrada-me partilhar a foto do mapa de Portugal (continente e ilhas) onde as cores mostram um País claramente dividido em DIREITA e ESQUERDA, sei lá se de CRISTÃOS e INFIÉIS, como no tempo de PELÁGIO. Muito anos depois, no século XVII, Tomé Pinheiro da Veiga, alegrar-nos-ia com "Fastigímia" onde, comparando-nos com os castelhanos, diz que nós somos uns "noitibós tristes", eles "pintassilgos alegres"; nós umas "monas peadas", eles "andarilhos contentes".
Os amigos, face às queixas públicas que, durante quatro anos, se fizeram contra o Governo e os resultados eleitorais de domingo, a seu favor, digam lá se ele tinha ou não razão.
NOTA: publicado no FACEBOOK em 06/10/2015