Os recentes acontecimentos perpetrados contra a HUMANIDADE, levados a efeito por um grupo de terroristas fundamentalistas, em nome de um deus e de uma religião (esquecido o que, há muitos anos, estudei sobre o Médio Oriente, entre Israelitas e Palestinianos) fez-me estender o braço, retirar da estante o "Paradigma Perdido" de Edgar Morin, (Publicações Europa-América, segunda edição,1973) e retomar a caminhada da "NATUREZA HUMANA", no ponto onde ele estancou e disse:
"(...) precisamos de sobrepor a cara séria, trabalhadora, aplicada do "Homo sapiens" a cara simultaneamente diferente e idêntica do "Homo demens". O homem é louco sensato. A verdade humana comporta a desordem. Por consequência, trata-se de averiguar se os progressos da complexidade, da invenção, da inteligência, da sociedade, se efectuaram "apesar, com ou por causa" da desordem, do erro, da fantasia. E nós responderemos que foi ao mesmo tempo "por causa, com e apesar" , visto que a resposta adequada só pode ser complexa e contraditória". (páginas 110-111)
São palavras de filósofo, de especulador de pensamentos e comportamentos próprios da NATUREZA HUMANA, dignos de enrouparem dissertações académicas, de mostrarem erudição nas mais diversas tertúlias intelectuais, mas levá-las a sério, apesar do provérbio afirmar de "de louco, todos temos um pouco", aceitar isso, aceitar que, no ser humano, a razão coexiste com a loucura, nem pensar. Mais crível e fácil é remeter para os deuses do BEM e do MAL os nossos actos, os progressos e os erros da nossa saga milinar.
E nessa saga milenar, porque eram "os deuses que deviam estar loucos" (e não os homens) ele houve guerras, conquistas e reconquistas, cavalgadas, escudos e espadas; ele houve autos de fé e fogueiras da inquisição; ele houve impérios feitos e desfeitos; ele houve o Mediterrâneo, o "mare nostrum" dos romanos conquistadores e o Mediterrâneo, o "cemiterium" deles, dos refugiados; ele houve e há campos de concentração; ele houve e há povos inteiros dominados; ele houve e há exploradores e explorados; ele houve e há colonizadores e colonizados; ele houve e há RETORNADOS à pátria e da pátria REFUGIADOS. Ele há seres humanos metidos em guetos, apátridas, desenraizados; ele há fome e desempregados; trabalho ao minuto, à hora, ao dia, à semana; ele há dívidas privadas, públicas e soberanas; ele há credores, devedores e Mercados. E neste caldo humano, ano após ano, vidas atrás de vidas, agora, metidas nos museus as armas antigas, uns usam metralhadoras e balas para subjugarem o inimigo, outros usam números e as tecnologias sofisticadas para subjugarem os mundo.
"ANONYMUS" de todo o globo uni-vos, enquanto estais vivos, contra eles todos. Eles não são gente, não são pessoas, são apenas números. Vós sabeis, eles são a Besta, são o 666.
Stop. São apenas alguns fotogramas do filme da saga humana a projectar-se no ecran com uns protagonistas em acção e outros refastelados na plateia ou no balcão a saborearem e comentarem a evolução da sétima arte, senão mesmo aqueles que fornecem aos produtores o capital para o produto final.
E veio. Tinha de vir o filme produzido pelo "Homo demens" que, em grupo organizado, coordenado, fanáticos senhores da razão do "Homo sapiens", sem pingo de humanidade, dominando as técnicas de comunicação e do armamento, em poucos instantes crivam de balas os seus semelhantes e, logo de seguida, atingido o mais elevado grau de demência, se desfazem a si próprios em fanicos e desaparecem da face da TERRA.
Homo sapiens, homo demens, pensamento de filósofo, Anno Domini 2015
Abílio/17-11-2015 (cf minha página do Facebook dia 18/11/2015)