
Os sinais foram evidentes, mas descurados pelos comentadores, não por mim. E assim foi que logo após a morte de João Paulo II, Ratzinger vestiu-se de negro e, de camisola negra vestida sob as vestes papais, como símbolo da humildade, apareceu na «janela de S. Pedro», coisa nunca vista antes. Outro sinal misterioso foi a cor do fumo, que, insistentemente, saiu da chaminé da Capela Sistina. Oscilando sempre entre o negro, o cinzento e o branco, este facto, depois atribuído à velhice da salamandra, levava a praça de S. Pedro a interrogar-se de cada vez que fumegava: «é preto ou branco»? E, confirmada a eleição, soletrou-se, em coro, o nome de «Be-ne-de-to, Be-ne-de-to, Be-ne-de-to», eco do nome que, Ratzinger, após lhe terem perguntado: «aceitas a tua eleição canónica para Sumo Pontífice? Como queres ser chamado?» proferiu, sem papas na língua: Benedictum!
Dois sinais misteriosos, estes, ligados ao preto - preto do luto, preto do fumo - conduzem, pela mão do Espírito Santo, ao africano Benedictum, santo que viveu no século XVI, cujos ascendentes escravos foram originários da Etiópia. De modo que, por inspiração divina, «Benedictum» de seu nome e «XVI» do seu século, resultou "Benedictum XVI" dois em um, único e verdadeiro, simultâneamente branco e negro, a contento dos que desejavam um Papa terceiro-mundista, negro que fosse, e os que desejavam que continuasse a ser branco e europeu. Um milagre! Um dom de Deus! Branco de sua natureza, negro de seu nome, o primeiro sinal de paz e conciliação entre a família cristã estava dado. E aqui se colam as palavras e intenções de Bento XVI quando disse colocar-se «ao serviço do grande bem da reconciliação e da harmonia entre os homens e os povos, porque o grande bem da paz é sobretudo um dom de Deus, que temos de defender e construir entre todos».
Acreditem! Acreditem! Pois eu, que não sou de acreditar em milagres, nem, tão pouco, na inspiração divina, em verdade vos digo que chego ao ridículo de perguntar aos meus botões quem me inspirou a mim próprio, quem me tornou vidente e interprete destes e de outros misteriosos sinais, quem me guiou, há anos, até S. Benedito, quem me conduziu, há anos, à leitura do Flos Santctorum, quem me empurrou, há anos, para os trilhos do incógnito e do inaudito, quem, neste regalo, me iluminou, agora, o pensamento para, de uma forma tão clara e esclarecida, dar nome e rosto a este texto, sem receio de publicá-lo". (2005)
cf. Também página do Facebook em 2013