Trilhos Serranos

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sexta, 15 janeiro 2016 10:14

OS RAFEIROS

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O FACEBOOK É UMA LIÇÃO

Nos meus tempos de juventude, em Cujó (já não tenho idade, nem paciência para aturar a canalha) participei numa arruada de noite, como era uso fazer-se, na aldeia. Realejo, ferrinhos e bombo (ou realejo substituído por concertina) dava-se a volta ao povo pelas ruas principais, cantava-se à desgarrada e acabava-se sempre numa taverna.
Aconteceu que, nessa noite, vinda do escuro, atirada por mão COBARDE, uma pedra acertou, em cheio, no rosto do meu irmão Zé e fez-lhe golpe tal na boca que o impediu de cear e, não me lembro bem, se podia mastigar facilmente nos dias seguintes.
Esse facto fez-me odiar a COBARDIA toda a vida. E COBARDES são todos os que se escondem no ESCURO da noite ou ESCURO do ANONIMATO, nos blogues, semelhantemente aos travestis que infestam o Facebook.
Os amigos lembram-se do texto que publiquei no meu site no dia 14 de Agosto, do ano passado, com chamada para esta página? Admitindo que se tenham esquecido aqui o reponho, pois eles andam por aí. Eles, os RAFEIROS, os TRAVESTIS, os ANÓNIMOS:

BORRADO DE MEDO

Rafeiro é rafeiro!
Ladra, arremete, ladra
Armado em valentão,
Mas, ó pernas para que vos quero,
À ameaça de pedrada,
Apanhada do chão.
Sem nome, sem coleira,
Nem chip, nem chapa
De identificação,
Vadio, ignora-se-lhe a morada
E, coitado, mostrando o rabo
Entre as pernas dobrado,
Não é estranheza
Vê-lo fugir e ladrar
Pois ladrar e fugir
É da sua natureza.

Passaram-se uns meses e, no dia 28 de Dezembro de 2013, vi o mesmo tema tratado, académica e superiormente pelo PROFESSOR CARVALHO HOMEm no seu mural, assim:

"AVISO A CIDADÃOS DECENTES

Há no Facebook vários tipos de criaturas e abundantes casos patológicos. Por exemplo, o daqueles/daquelas que criam perfis falsos para poderem insultar o próximo com total impunidade. Claro que não há fotografias indiciadoras do que quer que seja. Não se assume - ou assume-se com denodada motivação de sofisma - o nome, a profissão, o domicílio, a idade, ou seja, não se assume coisa nenhuma. Verdade seja dita que a diferença entre um caso teratológico deste jaez e a água suja de um bidé é a que vai do zero ao nulo. São estes valentaços / valentaças os que na escola primária levavam sempre uns cascudos no alto da pinha, de colegas mais fortes ou simplesmente mais ladinos. E isto, como é natural, fez-lhes definhar o bestunto. Transformou-o em água chilra. Quando cresceram, estes exemplares tiveram sempre deficiência na compreensão das matérias e foram de tal maneira vituperados que decidiram, à sorrelfa, transformar-se em campeões da imprecação gratuita. No caso de serem machos (?), estes foram os machos que as mulheres bonitas e inteligentes sempre desprezaram e que tiveram de contentar-se com o rebotalho lá da esquina da rua, o qual - com toda a probabilidade - lhe transmitiu as doenças venéreas , tanto no plano do físico, como no do ético. No caso de serem donas, estas foram as reiteradamente corneadas por namorados e maridos, sentiram-se sempre como Gatas Borralheiras sem príncipe e não puderam calçar o sapatinho de cristal porque a única coisa que puderam apresentar, quanto a membros inferiores, foi um patarral fétido e cheio de excrescências córneas, do tamanho da Torre dos Clérigos.
Agora , que tive de tratar desta matéria, vou-me desinfectar. Há miasmas que se transmitem por meio aéreo".

Ao texto deste PROFESSOR, por ver nele a minha preocupação, somei, à laia de comentário/assentimento, aquele meu texto, perguntando-lhe se o assunto tratado por si, diferia muito do meu. E ele respondeu:

"A ideia de base é rigorosamente a mesma, Caro Amigo e Prezado Colega Abílio Pereira de Carvalho. Gostei dos seus versos. Um grande abraço para Si e todos os Seus, com votos de um muito melhor 2014.
29 de Dezembro de 2013 às 13:14 

É isso mesmo. O FACEBOOK É UMA LIÇÃO, quer se queira, quer não.


Nota: escrito no Facebook em 2014




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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.