Trilhos Serranos

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quarta, 09 março 2016 15:07

COLONIZACÃO/GUERRA COLONIAL/DESCOLONIZAÇÃO

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Pessoa amiga, sabendo-me ligado uns anos a Moçambique, sempre interessado no tema COLONIZAÇÃO/GUERRA COLONIAL/DESCOLONIZACÃO e vendo o que eu escrevi sobre OS PRAZOS DA ZAMBÉZIA e suas DONAS (na página PICADAS DE TETE) e bem assim o que deixei escrito nesta minha página sobre o CONDE DE FERREIRA, referindo-me à primeira escola primária implantada na vila de Castro Daire, com o seu título e data da sua morte, 1866, teve a gentileza de comprar e oferecer-me o livro de José Capela, com o título «Conde de Ferreira & Cª, Traficantes de escravos», portanto,  ligado ao comércio negreiro, do qual ele foi um protagonista histórico. Tenho andado a lê-lo e a cotejar o seu conteúdo com matéria conexa que deu corpo à minha licenciatura em HISTÓRIA. Ontem à tarde não fiz outra coisa.


Escavos-1a -

 

escravos-2 - aÉ desse livro a FOTOMONTAGEM que ilustra este texto. Diz respeito a ISIDORO CORREIA PEREIRA, que nasceu e faleceu em Quelimane, respetivamente em n.1817 e m.1863.
Eram os tempos da COLONIZAÇÃO. E falar ou escrever da DESCOLONIZACÃO E/OU GUERRA COLONIAL, ignorando-se, EM ABSOLUTO, por falta de formação ou interesse, esse tempo, bem pode dar lugar a muitas e interessantes "estórias" de vida, mas não dá, por certo, lugar à HISTÓRIA CIÊNCIA.

 Este texto, colocado aqui hoje mesmo, não é propriamente por acaso. Hoje faz CEM ANOS que Portugal entrou na PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL e nela estiveram alguns habitantes de Cujó, de cuja boca ouvi relatos incríveis, em menino. E foi isso que me levou a opinar sobre o MEMORIAL DO COMBATENTE que recentemente foi feito em Cujó, junto ao cemitério, relativo à GUERRA DO ULTRAMAR. Tudo porque não falta por aí quem saiba tanto sobre o assunto, mas nada diz sobre o contributo QUANTITATIVO que o concelho de Castro Daire deu a tais GUERRAS. E bem preciso era esse ESTUDO.

Sobre o MEMORIAL de Cujó ou de outros que se façam no concelho, continuo a pensar que ele não se deve circunscrever apenas aos que lutaram na Guiné e Angola, mas também em Moçambique e na Índia, tal como os da PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL. Isto porque todos esses cidadãos foram COMBATENTES e uns não são mais HERÓIS do que outros. Um MEMORIAL é um DOCUMENTO e, como tal, não pode lembrar apenas UNS e esquecer OUTROS.

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.