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quinta, 09 janeiro 2020 14:39

CIDADANIA A «TEMPO INTEIRO»

Escrito por 

JANEIRO/2020

De há uns anos a esta parte vulgarizou-se muito entre nós a expressão a “a tempo inteiro”, atribuída aos vereadores que, senhores de um qualquer PELOURO, passam, geralmente, a ter um ordenado mensal superior o que tinham antes de serem “eleitos”.Por mim (e para mim), em vez daquela expressão, adotei a de “cidadão a tempo inteiro”, sem alteração de ordenado mensal.

E é na assunção desse papel social que, nesta minha “aposentação ativa” (sem depender, até agora, das instituições que se dedicam a tão meritória ação) tenho gastado o meu tempo a escrever e a fazer vídeos sobre as nossas terras e as nossas gentes, por forma a dar a conhecer e divulgar no mundo algo mais que o jogo da sueca ou bisca lambida. Isto para não copiar Aquilino Ribeiro que designava este último jogo por “bisca samarreira”.

 MANINHOPor assim proceder, e ser esta a minha maneira de estar na comunidade, em 12-11-2017 (há, portanto, dois anos) publiquei um texto no meu site com o título “PULMÃO VERDE A PRESERVAR” cujo conteúdo eram os terrenos que ficam entre Vila Pouca, Baltar, Fareja e Castro Daire. Nesse trabalho incluía uma fotografia do GOOGLE, por forma a que esse espaço pudesse ser visualizado por toda a gente e, especialmente, pelas entidades concelhias ligadas à PROTEÇÃO CIVIL, nomeadamente a Câmara Municipal e os Bombeiros.

Esse texto escrito (cujo link anexo em rodapé) veio a ser complementado com vídeos alojados no Youtube remetidos propositadamente aos nossas autarcas, não fossem eles alegar ignorância do barril de pólvora ali existente. Isto depois dos fogos que assolaram o país e terem feito dançar na corda da justiça os seus pares com responsabilidade nas respetivas áreas para que foram eleitos. Não basta vestir o FATO DO PODER. É necessário também vestir o FATO DA RESPONSABILIDADE. No Município e nos Bombeiros.

Na altura o senhor Ministro da Administração Interna, através das TVs, alertou as populações em geral, e cada cidadão em particular, de que cada um de nós tinha o dever de alertar as autoridades para os riscos que, eventualmente, pusessem em perigo as pessoas e os bens coletivos. Cada um de nós devia assumir-se elemento da PROTEÇÃO CIVIL.

2-barroca1Foi o que fiz com esse texto e com esses vídeos, referidos ao verão e fogos associados. E foi o que fiz com os dois vídeos que alojei no Youtube (desta feita, associados ao inverno), cujos conteúdos se ligam à BARROCA do LOBO JOANES, entre Castro Daire e Fareja. O primeiro mostrando a água a descer em cascata por uma calçada abaixo, a atravessar a estrada, desviada que foi do seu curso natural. O segundo, alojado dias depois, a dar os PARABÊNS à autarquia pela RAPIDEZ DE ACÇÃO.

E só não teci considerações de LOUVOR aos dois cidadãos que ali estavam a 3-limpeza-DESENTUPIR a linha de água, por não serem IDENTIFICÁVEIS do ponto em que os fotografei, nem eu saber quem são. Pois, soubesse eu os seus nomes e tê-lo-ia feito. À falta disso aqui deixo a foto “SEM ROSTOS”, na esperança de que alguém os identifique. Se isso acontecer será com todo o gosto que deixarei para a HISTÓRIA os seus nomes e o trabalho meritório que eles ali faziam em prol do BEM COMUM, evitando assim que ocorresse algum DESLIZAMENTO DE TERRAS e, quiçá, MORTE DE HOMEM, como aconteceu na Vitoreira, vertente do Paiva, entre a velha ESTRADA ROMANA (calcetada) que leva a Ribolhos e a ESTRADA NACIONAL n. 2, onde máquina escavadora e maquinista foram arrastados e engolidas pelas águas revoltas do Paiva. O drama teve eco nacional, via TVs. e imprensa em geral.

Como se vê e ouve nos vídeos, a minha intenção está imbuída de BOA FÉ e outra coisa não visa senão dar o meu contributo ao BEM COMUM, à defesa de PESSOAS e BENS, inclusive, ERÁRIO PÚBLICO. Basta ver a água a deslizar na estrada, atravessá-la a toda a largura, e conhecer as consequências disso na durabilidade do piso.

1-carta militar-1987 - Cópia 2Para quem não conhece a geografia e a toponímia locais, aqui deixo a foto da CARTA MILITAR editada em 1987 (já eu era morador em Fareja, já eu subia e descia aquela corga) onde claramente aparece demarcada a “linha de água” que desce do CARREGAL, passa pelo LOBO JOANES e vai terminar no rio PAIVÓ.

E se essa “linha de água” foi canalizada com vista ao aproveitamento dos terrenos envolventes, por parte dos seus proprietários, tudo bem. Mas vira TUDO MAL se os beneficiários dessas obras e as entidades públicas da “hidráulica” que as autorizaram não fiscalizam o seu funcionamento, o eficaz escoamento das águas por dentro das manilhas e evitar os evidentes e subsequentes riscos do entupimento.

Há dias, respondendo a um amigo meu que, publicamente, dá provas de apreço pelos trabalhos que vou publicando, eu agradeci os CRÉDITOS, acrescentando que, bem ao contrário, não faltava por aqui, quem gostasse de me ver calado, talvez morto. Disse-lhe que deixaria prova pública disso mesmo e ela aqui fica. E fica porque, em janeiro de 2020, ainda estou vivo e ainda não renunciei ao exercício da minha cidadania, a bem, julgo eu, das nossas TERRAS E DAS NOSSAS GENTES. Gostem ou não todos os que se servem, mas não servem a “res publica”.

Os links dos vídeos que se seguem nada mais não são do que a prova de uma “cidadania a tempo inteiro” e do contraste entre verão/inverno. E são um alerta e uma mostra dos efeitos associados a estas duas estações do ano. Alerta feito, dizia eu, por um cidadão com NOME e ROSTO, na convição de que não basta vestir o FATO DO PODER. É preciso também vestir o FATO DA RESPONSABILIDADE.

Façam o favor de ver, ouvir e ler também os “comentários” que aduzi aos vídeos:

1 -    PULMÃO VERDE A PRESERVAR

 http://www.trilhos-serranos.pt/index.php/cronicas/671-pulmao-verde-a-preservar.html

2- CAMINHOS CARRETEIROS:

 https://youtu.be/ce9EfFyw9tU

3-LOBO JOANES:

a)      https://youtu.be/uMfiuHeRDK8

b)     https://youtu.be/98k6Qc5VoTY

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.