Encantado com a iniciativa e a obra, dizia eu, aproveitei para elogiar os respetivos AUTARCAS e dei voz aos PROFESSORES DE COIMBRA Domingos Cruz e Raquel Vilaça, que, em 1995, ali procederam a escavações arqueológicas com vista, num estado emergente, a salvaguardar o PATRIMÓNIO PRE-HISTÓRICO que se sabia existir ali, há muito tempo identificado em estudos escritos por curiosos, estudiosos e académicos, anteriores.
Registei as palavras deles pouco lisonjeiras para o EXECUTIVO MUNICIPAL, no aue respeita à “esquiva colaboração” dado à equipa, fornecendo-lhe apenas o transporte de ida e volta que ela fazia na sua deslocação diária ao “campo arqueológico”.
ilustrei a crónica com algumas fotografias alusivas a esses trabalhos de investigação e uma outra (todas da minha autoria) que me dei ao cuidado de tirar, em 1988, com a objetiva da câmara a abarcar uma larga panorâmica do lugar, com a ERMIDA identificadora no topo de monte.
E prometi dar uma explicação sobre as razões que me levaram a “gastar película fotográfica e dinheiro” para ficar com uma imagem “daquela terra de ninguém”, sem qualquer rosto humano que andasse por perto. Monte tão dado a pastoreio.
Pois. É que se, atualmente, qualquer criança com um telemóvel tira fotografias a “tudo e a nada” para partilhar com os amigos no Facebook, eu direi que, nesse meu tempo, nessa minha idade, tirar fotografias saía caro. Mas eu, sabendo que estava com os pés assentes num “campo arqueológico” de “dolmens, antas, orcas, túmulos/templos”, fazendo uso da minha câmara MINOLTA de 35m, não hesitei em fotografar o POSTE ELETRICO, cujas ESCORAS, presumivelmente, pensava eu, ferravam os dentes e buscavam firmeza nos MAGALÍTICOS que davam corpo às afamadas e enterradas MAMOAS, metidas naquele chão sagrado de romaria, de feira e de gado. E foi por presumir que assim fosse que eu procurei DOCUMENTAR, em foto e a cores, esse atentado contra a nossa HISTÓRIA E CULTURA. É o que pretendo mostrar na foto ao lado, sinalizando com traço encarnado as respetivas espias/escoras.
Foi em 1988. E não adivinhava eu que, em 1995 (alguns anos depois, claro) viriam ao local os PROFESSORES DE COIMBRA fazer o estudo de tudo aquilo, e, pela “furtiva colaboração” dada pelo EXECUTIVO MUNICIPAL, na altura, não custa acreditar que eles fossem vistos como uma espécie das VESPAS ASIÁTICAS dispensáveis na área. Qual «pré-história» qual nada. Qual “antas” qual nada. Qual “dólmen”, aual nada. Qual “tumuli”, qual nada. Fossem meter bedelho para outro sítio e não viessem eles descobrir que as ESCORAS daquele POSTE ELÉTRICO estavam a ferrar os dentes num ou mais TÚMULO/TEMPLO MEGALÍTICO.
Refiro-me a 1995. Estamos em 2023. Os estudos académicos foram feitos, os resultados publicados nos livros da especialidade, a ZONA INDUSTRIAL prosseguiu o seu caminho, veio a “A24,” e, à velocidade de uma via rápida, foram esquecidas as advertências dos PROFESDORES de Coimbra. E ESQUECIDA ficou também, sem qualquer «sinalética identificadora» a MAMOA (qual ÚLTIMO DOS MOICANOS), de BOCARRA ABERTA, a pedir MISERICÓRDIA a todos aqueles que a prezam de integrar o lote de GENTE CULTA.
E deixando, embora, para os especialistas o seu estudo, catalogação, requalificação, ou qualquer outro jeito de PRESERVAÇÃO, dei-me ao cuidado de fotografá-la de perfil e deixar, em imagem, uma SUGESTÃO provisória (A IDEIA É DE BORLA) de molde a obstar que uma qualquer máquina retroescavadora passe por ali e apague, para sempre, uma página da HISTÓRIA CONCELHIA.
Tenham dó!
O FONTANÁRIO ali colocado neste ano de 2023, é, aos olhos de toda a gente, UMA FONTE DE VIDA FÍSICA. Deixemos que a HISTÓRIA, devidamente documentada, seja também uma FONTE DE VIDA ESPIRITUAL.
NOTA: Caso esta minha ideia seja aceite, dispensa PLACA DE INAUGURAÇÃO.