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quinta, 15 outubro 2015 09:38

O PAN TAMBÉM ENTRA?

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Pessoa chegada a mim, que votou PAN, dada a momentosa crise política pós eleitoral, segredou-me, desalentada, que eu estaria a ser injusto, nos meus escritos, excluindo esse partido da hipotética GOVERNANÇA À ESQUERDA. Eu tive de penitenciar-me por não ter aludido à SIGLA correspondente, mas lembrei-lhe que a natureza e os ANIMAIS estiveram sempre presentes naquilo que escrevi, desde a primeira hora. A questão era que eu ignorava e ignoro o posicionamento ideológico desse partido. Mas, para melhor juízo, remeti essa pessoa amiga para o texto que postei nesta página, no dia 24 de setembro, antes das eleições. Transcrevo:


"ESQUERDA BURRA
"(...) Desta vez trago à colação o facto relatado pelo autor de um livro sobre caça em Moçambique (...) Diz ele, cito de memória, que, durante uma cheia, navegando num pequeno bote, presenciou algo nunca dito, nem visto: abeirou-se de uma árvore e, em cima dela, fugindo ao perigo comum -a enxurrada - refugiava-se, sem agressão, a fauna da vizinhança, aquela que, em tempos normais e em terra firme, seriam presas e predadores: o leopardo e o macaco, a cobra e o rato e por aí adiante outros animais.
Estive a ver a "campanha eleitoral" televisiva. A fragmentação da ESQUERDA, cada qual a puxar a brasa à sua sardinha, trouxe-me à memória este episódio. Ela bem podia unir-se, subir à árvore e, sem agressão recíproca, ver-se livre da enxurrada. Mas não faz isso. É uma ESQUERDA BURRA. E a burrice paga-se caro. A ver vamos". (24/setembro/2015)

Mas, nas minhas reflexões sobre a fauna política, jamais excluí a natureza. A última referência foi sobre a qualidade dos votos dos partidos mais pequenos. Foi no texto publicado no dia 12 do corrente, com o título "MANIPULAÇÃO PURA E DURA". Mais uma vez, criticando a atitude dos comentadores encartados, não aludi à sigla PAN, mas os animais estiveram presentes.Transcrevo:

"Mas omitem os ovos correspondentes aos cestinhos do PCP e BE, dando a ideia de os considerarem muito pequeninos, ovos de garnisé, de codorniz, de pardal, de carriça, que contam pouco para a gemada que há-de ser servida na lauta mesa da GOVERNAÇÃO. O "povo é sábio". 

Assim escrevi. E se falhei não aludindo à sigla PAN, a minha referência aos animais foi sempre elogiosa e constante. Ademais a minha relação com eles, desde a infância, está patente no texto "CUJÓ - NOSSA VACA ROXA" publicado, há anos, no meu site "www.trilhos-serranos.com". Tempos distantes. E ainda, muito antes do PAN adaptar como logotipo aquela pegada de animal, já a foto que ilustra este texto, tirada por mim num dos trilhos da serra, figurava no disco rígido do meu computador. Mas continuando:

Repare-se que não esqueci o passarinho mais pequenino que conheci em criança - a CARRIÇA - pois, quando andava aos ninhos (todas as crianças do campo passam pela fase "de ir aos ninhos") conheci a maestria que ela revelava na escolha do sítio para, com sabedoria, melhor cuidar da reprodução da espécie. Tão pequenina, tão engenhosa, tão sábia, mas ... cuidado, muito, muito, muito furtiva.
Sobre a matéria em apreço, tal como o lobo ibérico, animal em vias de extensão, deixou a sua impressão digital num dos trilhos da serra, eu, aqui deixo a minha peugada, independentemente do resultado do diálogo travado entre os BELIGERANTES HUMANOS.

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.