Trilhos Serranos

TRADIÇÃO E A MODERNINDADE -1

Se é citadino, se, de quando em quando, ciranda por estes «trilhos serranos» se ainda não se cansou do uivo solitário deste lobo ibérico em vias de extinção, suba cedinho ao topo da serra do Montemuro e verá levantar-se, lá para os lados da serra da Nave, o Sol num resplendor de cor, de energia e de vida.
E quando esse braseiro de Vulcano tomar altura a iluminar o mundo verá também as velhas muralhas, verá o que resta do Muro que, implantado neste Monte, não se sabe desde quando, deu o nome à serra: monte do muro, mais tarde,  Montemuro.

HISTÓRIA LOCAL - POLÍTICA LOCAL

O Facebook tem sido para mim uma plataforma de leituras, de estudo humano, dúvidas, interrogações e algum entretenimento. Sobre isso já disse q.b. no texto específico, colocado no meu site «trilhos serranos», com o título «FABEBOOK -1». Cabe agora trazer aqui o exemplo no qual eu próprio sou protagonista, por virtude de ter feito uma pergunta no «momento certo e no lugar certo», pergunta que ficou sem resposta e, em vez disso, deu origem ao «bate-papo» que se segue, transcrito integralmente da página que o PSD mantem no Facebook e, cujo remate, hoje mesmo, é o «comentário» de António Martinho dos Santos Teixeira. Outros que, eventualmente venham depois, já não podem integrar esta crónica.

O Facebook tem sido para mim uma plataforma de leitura, de estudo humano, de dúvidas, interrogações e algum entretenimento. Espaço democrático e amplo, ágora grega dos nossos tempos, onde toda a gente pode exprimir livremente a sua opinião e os seus gostos e desejos. Autêntico confessionário onde os crentes correm a expor os seus pecados e virtudes diários. Desnudam-se todos, gente exótica de povos ditos «civilizados», gente aborígene de povos ditos «primitivos». Coexiste aqui gente livre e libertina com puritanos que gritam aqui d'el Rei em defesa dos valores instituídos e quase perdidos.  Mortos-vivos fechados em catacumbas, grupos secretos, iniciados e treinados para dizerem mal dos ausentes, impossibilitados de ripostarem aos mexericos contra eles que dão felicidade aos iniciados admitidos na seita. Coexistem igualmente surdos-mudos com seres bem falantes, oratória fácil, tribunos encartados no saber político e/ou académico, no saber das ciências e das letras, relação de professores com alunos e vice-versa, banca de trabalho de poetas e escritores, onde todos expõem, escutam e auscultam assuntos sérios, bibliotecas de sabedoria, como marca distinta de estantes vazias ou recheadas de banalidades e coisas fúteis. A felicidade está ao alcance de cada mão, segundo o seu desejo, a sua opção.

COMÉRCIO LOCAL

Há uns tempos, fui à histórica loja «Ferreira Pinto» (perto do coreto) e comprei tecido bastante de serrubeco para umas calças que mandei fazer a um alfaiate local.  Próprias para me protegerem do frio nas viagens de mota, quis mandar fazer outras, mas o José Carlos (Carlinhos para toda a gente amiga) disse-me que já não vendia esse tecido. E, aproveitando a sua experiência sobre tecidos, uns que acabaram e outros que surgirem, contou-me uma «estória manhosa» digna de nota.
Antigamente, disse-me ele, as peças de fazenda eram todas de «pura lã»  e quando a indústria passou a fornecer o mercado com peças metade de lã e outra metade de polyester ou similar, nem todas os clientes aceitavam a novidade. Exigiam «pura lã» e mais nada. O «fioco» não teve saída. Tecidos feitos a partir da tosquia dos animais que conheciam na serra, traziam selo de garantia, os outros sabia-se lá de que eram feitos.
Não. Tecidos, só de «pura lã», que os serranos conheciam desde a tosquia à tecelagem.
Nisto, como em tudo, sobretudo nos meios rurais, cientificamente pouco atreitos a mudanças, as novidades não têm o caminho facilitado.

«É FRAQUEZA DESISTIR DE COUSA COMEÇADA»
Luís Camões

 Na saga da preservação das fontes e águas públicas perdidas entre silvedos e barrocais, à semelhança da Fonte de Nossa Senhora, no Alto da Lapa, e também a Fonte da Lavandeira, de que já falei em artigos anteriores e vídeos colocados no Youtube, começo esta crónica com as mesma palavras que escrevi sobre a Coluna Secular e o Cruzeiro de Alminhas, à entrada da Sobreira, palavras que levaram à alteração da obra feita e, com isso, à salvaguarda do nosso património material e imaterial histórico. Assim: