quarta, 30 agosto 2023 15:49
Escrito por
Abílio Pereira de Carvalho
LAMELAS «PEGADAS NO TEMPO E NO ESPAÇO» (DEZASSEIS)
HISTÓRIA
Assumido lenhador na FLORESTA DAS LETRAS, primeiro historiador, poeta e escritor natural do concelho de CASTRO DAIRE, com a biqueira do sapato no degrau do pódio (menu=categorias) «Discovery & Science» de "NOTABLE PEOPLE" disponível no GOOGLE ( https://tjukanovt.github.io/notable-people), para respeito e consideração dos estudiosos e despeito dos imbecis, sem agulhas nem carris, enroscados nos seus covis, eis-me de podão em punho a penetrar mato dentro e deixar mais algumas clareiras abertas na área do conhecimento relativo a estas PEGADAS NO TEMPO E NO ESPAÇO, de LAMELAS.
Publicado em
História
Abílio Pereira de Carvalho
Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.
Nesta minha saga de não deixar no esquecimento as pessoas que, fazendo legítima e esforçadamente pela sua vida, levaram longe o nome do nosso concelho, sempre por boas razões, transcrevo do meu livro «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura», editado em 1995, semelhantemente ao que fiz com os empresários anteriores, transcrevo as palavras que ali deixei sobre o empresário, Alfredo Morgado. Ora veja-se:
Alfredo Morgado, jovem, curioso e observador, não esqueceu o «modus fasciendi» e o tipo de ferramentas utilizadas que vira na velha «fábrica» de Albino Cerieiro, onde aprendeu a arte.
Assim o pensou e assim o fez. Era uma «máquina de estirar» com dois cilindros que incluía no seu funcionamento o consumo de vapor gerado por uma caldeira e também um ventilador. Acionada por motores elétricos, com correias de transmissão e carretos de desdobramento, os pavios a passarem de um tambor ao outro, a produção deixava de ser manual, de tipo intermitente, e passava a ser automática, de tipo contínuo.
Quando do meu trabalho de investigação integrada na minha «licença sabática» solicitei-lhe e eu concedeu duas «TRANÇADEIRAS» para o MUSEU que criei na ESCOLA PREPARATÓRIA DE CASTRO DAIRE, onde eu era professor. De boa mente ele acedeu ao meu pedido e essas duas peças museológicas ligadas à ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL ficaram a fazer parte do mobiliário museológico da ESCOLA. Essas e outras que recolhi em Cujó, nomeadamente um ARADO CELTA e um ALMOFARIZ DE PEDRA que era dos meus avós. Cabe perguntar: onde param hoje essas peças?
« (...) Imprescindível se torna avaliar costumes, danças, cantares, atitudes, crenças, ferramentas, utensílios e tudo o que constitui uma praxis específica. O concelho de Castro Daire é, neste aspeto, uma fonte que jorra abundantemente para o amante da nobre tarefa de investigar. É um atrativo para aquele que, não se contentando com meras aparências, pesquisa o que, vulgarmente, pode parecer desprezível e sem valor. O que é iluminado e orientado pelo saber académico e pela experiência nestas andanças não menospreza a observação das transformações culturais e procura, com subtileza, identificar os elementos que unem ou separam o dia-a-dia menos recente dos tempos hodiernos. Tem sido esta a atitude desse insigne investigador da História Local - Dr. Abílio Pereira de Carvalho, também bem patente em «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura». (...) Ao autor e a todas as pessoas que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho manifestam o concelho e a Câmara Municipal a sua gratidão». «(…) É uma obra do Dr. Abílio Pereira de Carvalho, um autor já consagrado em virtude de muito que tem dado de si, do seu tempo e da sua competência ao estudo aturado de múltiplos aspetos histórico-culturais do concelho. Para além de inúmeros artigos em diversos órgãos da imprensa regional, o Dr. Abílio já deu à estampa diversas obras (...) Nos últimos tempos, o autor, aproveitando a licença sabática, lançou-se a um grande empreendimento que é um autêntico inventário da indústria e da técnica que deu à nossa cultura uma identidade própria. Caracterizado por um visualismo muito próprio do investigador, o Dr. Abílio viveu, nos últimos tempos, um nomadismo característico de quem, não se poupando a esforços, percorre montes e vales para elaborar um trabalho de índole científica e proporcionar (...) uma tradução fiel do mundo que nos rodeia. Foi desta procura incessante dos factos e do intento de conhecer «in loco» a realidade, que resultou o conhecimento do saber e do saber-fazer retratado em «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura». (...) Pela minúcia revelada, pelo conjunto de atividades tratadas e porque cremos que constitui um valioso testemunho tanto para o presente como para as gerações vindouras, em boa hora deliberou a Câmara Municipal responsabilizar-se financeiramente por esta primeira edição. ...) Aos senhores professores peço que utilizem este rico inventário do património espalhado pelo concelho para que as nossas crianças e jovens conheçam este elo de ligação entre o presente e o passado. (...)