Trilhos Serranos

VIDA RURAL

Nos meados do século XX, mais ano menos ano, creio não haver criança nascida e criada nas encostas ou faldas do Montemuro que não tenha sentido o calor de uma lareira, ouvido o crepitar da lenha e não tenha visto as panelas de ferro tripédicas ou de barro preto de fundo raso, as primeiras saídas das fundições nacionais e as segundas saídas da olaria de Ribolhos, moldadas pelas mãos de Mestre Albino ou Mestre Zé Maria, a cozinhar os alimentos, fabricados na lavoura em redondo, por norma, depois de cozidos, comidos do mesmo prato, posto no centro da cozinha, sítio acessível a braço de gente grande e de gente pequenina.

A FORÇA DOS AFETOS

Neste meu afã de revisitar textos publicados no  velho site (o histórico) e transplantá-los para este no activo, coube a vez ao que se segue. Foi escrito em 2011 e o senhor Dário, meu amigo, faleceu em 2018. Mas o texto segue na íntegra.  

PINHEIRO (CASTRO DAIRE) - AI O MEU MENINO!

02-06-2011 13:13:10

Dário Pereira Loureiro, natural da aldeia de Pinheiro, com 74 anos de idade, neste ano de 2011, é, o que pode dizer-se, «um bom garfo acompanhado de uma boa pinga».

 

CIÊNCIA, TÉCNICA E ARTE

Não há fome que não dê em fartura”. Tal diz a sabedoria popular - altos pensamentos - e cujo acerto se vê confirmado na lonjura dos tempos.

Cá para mim, nos que respeita a dentes, em tempos antigos (não tão antigos assim) a natureza impunha os seus ditames. Os dentes nasciam e caíam na idade própria. Quisesse-se ou não se quisesse, primeiro, os “dentes do leite”, depois os “dentes adultos” e, finalmente, os “dentes do siso”, mesmo que “siso” não houvesse.

TEMPOS IDOS

No meu livro “Julgamento” (romance histórico), editado em 2000 (esgotado), cujo enredo situei no último quartel do século XIX, coloquei o protagonista Meritíssimo Juiz, Augusto Prudêncio, recém-chegado a Castro Daire, a passear-se pela vila no dia da histórica feira quinzenal.

Recentemente, um dos meus filhos, passeando-se comigo nessas mesmas ruas, interpelou-me sobre até onde eu, na narrativa, fundira a história com a ficção, pois não via quaisquer sinais da feira por mim referida nas ruas que ambos pisávamos.

Expliquei-lhe que, em tempos idos, distendidos até à década de 80 do século XX (digamos, até ontem) a feira quinzenal do “Crasto”, tal como escrevi nesse livro, tinha lugar assegurado nas artérias do burgo vilão, havendo até posturas municipais  que demarcavam os espaços para os feirantes e identificavam os produtos postos à venda em cada um deles, por forma a que ninguém  pudesse furtar-se ao pagamento do “terrado”.

ONDAS DO MAR

Em 2014 publiquei no meu mural do Facebook a versalhada que se segue. Dei-me conta, hoje mesmo, que não estava alojado neste meu espaço. Passa a estar.