Trilhos Serranos

MEMÓRIAS VIVAS

Neste ano de 2016, ano em que por um GOVERNO DAS ESQUERDAS, foi reposto o FERIADO NACIONAL DO PRIMEIRO DE DEZEMBRO, extinto por um GOVERNO DAS DIREITAS, mostrando os respeito que os membros de tais Governos têm pela HISTÓRIA e valores pátrios, apetece-me trazer aqui, mesmo ao findar o ano, umas das medidas emblemáticas do ESTADO NOVO, relacionada com  INDEPENDÊNCIA E RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL.

NEMÓRIAS

 Ainda eu estava em Tete, quando, lá no topo da cidade, na última rua asfaltada, no lado oposto à Casa Comercial "SEREJO" (com "S"),  foi aberto um BAR destinado a divertimento noturno. Se a memória me não falha (ou o BAR não mudou de nome) era o MAXIME. Ficava convenientemente fora de portas, pois sabido era que, em tal espaço, como é próprio de sítios que atraem a juventude, se misturam baile, sexo, álcoolmúsica, dança e banzé. Explicando melhor a localização:  para o lado do Rio Zambeze, a descer a colina, ficava a cidade de cimento e das ruas asfaltadas. Para o lado oposto, ficava a cidade do "caniço" e das ruas de terra batida. 

BOLO (LIVRO) DE MIL FOLHAS

Quando cada um dos "retornados", civis ou militares, das ex-colónias se põem a folhear o livro das suas memórias encontram, seguramente, saborosas folhas de juventude, de alegria, de amizade,  de confiança, de camaradagem, de esperança num futuro ridente e de sorte, de mistura com folhas de sabor amargo, hesitação, solidão, morte, desengano, velhice e futuro incerto.

MESINHA DE CENTRO

Era uma peça de arte feita em pau preto, estilo indo-português. Tampo inteiriço, oitavado, na parte superior tinha desenhos em alto relevo lavrados por anónimo mas exímio artista no manejo da goiva, do formão e das ferramentas cortantes afins. 

Na parte inferior tinha um rebordo saliente para encaixar e para manter firmes as oito faces laterais rendilhadas. Cada uma tinha cerca de 50 centímetros de altura e 20 de largura. Eram faces articuladas e, retirado que fosse o tampo, elas dobravam-se sobre si próprias, assumindo uma forma plana de fácil acomodação e transporte.

MEMÓRIAS E DOCUMENTOS

É óbvio que os meus amigos (pouco atreitos às futilidades facebookianas diárias) sabedores e atentos «ao dito» e «não dito», repararam que ao título destas duas crónicas  «QUARENTA ANOS DE PODER LOCAL» falta o apêndice «DEMOCRÁTICO». Não se tratou de um lapso meu. A questão é que, por força dos preceitos constitucionais e leis deles decorrentes, ainda que o «PODER» tenha sido devolvido ao «POVO» através das eleições, «PODERES LOCAIS» houve (e há) que de «DEMOCRÁTICO» têm apenas a forma como foram atingidos. E claro está que não me refiro exclusivamente às «AUTARQUIAS». A «DEMOCRACIA» e a forma de chegar ao PODER alargou-se a muitas outras instituições nacionais. E creio todos hoje saberem quanto «compadrio», «clientelismo», «nepotismo»  e outros «ismos» enxameiam o país inteiro a coberto de eleições,  passados que são QUARENTA ANOS de «DEMOCRACIA REPRESENTATIVA». E ninguém ignora também  o grau de «CIDADANIA» refletido na «abstenção» verificada em cada ato eleitoral, v.g. eleições europeias, legislativas, autárquicas e demais instituições existentes.