Trilhos Serranos

A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS

Nas duas crónicas anteriores, falando das Monteiras, Relva,  Mezio e topónimos adjacentes, falei dos “caminhos carreteiros”, da rede viária que ligava as aldeias da serra à sede do concelho. E aludi ao trajeto mais curto entre Monteiras e Castro Daire, passando por Farejinhas, atravessando o Rio Paivó nas POLDRAS do Carvalhal ou nas POLDRAS das Quebradas, à desbanda do Miravai, a subir para Vale de Lobos. 

E o jornal «O Castrense» de 20 de Dezembro de 1915, confirma esse trajeto,  dando nota do  acidente que serve de abertura ao presente trabalho.

A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS

É da Escola Primária que nos vem o conhecimento dos nomes e cognomes dos nossos reis: D. Afonso Heniques, o Conquistador. D. Sancho I, o Povoador. D. Dinis, o Lavrador. E deixemos os outros.

Pois. É o que está nos livros de HISTÓRIA, mas os autênticos e verdadeiros conquistadores, povoadores e lavradores de carne e osso, eu os conheci por estas aldeias fora, a conquistarem terras fazendo muros de socalco nas encostas, a povoarem montes e corujeiras rodeadas de matos e lobos, a lavrarem as terras leves centeeiras com o arado radial celta e lavrarem com charrua de aiveca móvel as terras chãs e fortes de regadio para milho, batatas, feijões, abóboras e mais produtos de caldo.

Esses, de mãos calejadas e suor em bica, esses sim, eram e são para mim, os autênticos conquistadores, povoadores e lavradores. E mais do que reis, foram e são os HERÓIS DA SERRA, os que efetivamente, fizeram e mantêm PORTUGAL de pé. A minha maneira de ver a HISTÓRIA.

A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS

Nas últimas semanas, deste mês de outubro de 2022, tenho andado a calcorrear terras que atualmente integram a Freguesia de Monteiras, a propósito do Rio Paivó e TOPÓNIMOS que acompanham as suas margens, ao longo de todo o seu curso, desde os  montes dos Testos/Cervela (ou Cervelhaonde nasce,  até ao rio Paiva, onde desagua, a montante da Ponte Pedrinha.

Fiz alguns vídeos  acompanhado por um cidadão natural da Relva, com ascendência à família PEREIRINHA de Cujó. É ele José Ferreira Miguel, Ex-agente da Guarda Nacional Republicana, portanto, ele e mais família, pessoas idóneas para confiar nas informações que todos me prestaram.

OS AMORES DE PEDRO E DE INÊS SERRANOS

Ter sido nado e criado na serra, ter calcorreado muitas das aldeias serranas, ter sido caçador e «ipso facto» obrigado a atravessar rios, ribeiros, regatos, a vau, sobre um pontêlo granítico de toneladas, apoiado engenhosamente nas suas margens por mãos de hábeis e experientes pedreiros, ter falado com muita gente, autoriza-me a comparar o mundo camponês a uma biblioteca e cada pessoa ser um livro cheio de narrativas abertas ou fechadas, consoante.

CASTRO DAIRE – GENTE  DA TERRA

São vários os textos e os vídeos que tenho publicado falando de pessoas de Castro Daire, sob o título GENTE DA TERRA. Ora, tendo-me chegado, recentemente, através de um ex-aluno meu,  o link de um GLOBO TERRESTRE (https://tjukanovt.github.io/notable-people)  com a descrição feita a preceito, dividindo, por categorias  (para regozijo do meu aluno e meu) os milhares de nomes nele referenciados como «PESSOAS NOTÁVEIS», mal andaria eu se não trouxesse aos meus TRILHOS SERRANOS  esse link, só porque, entre os milhares de nomes que ali se identificam, se encontra o meu próprio NOME, seguramente para orgulho dos meus pais (se fossem vivos) e, claro está,  meus filhos e netos em cujas veias corre o sangue do meu sangue. 

Não e não. Se prestes me presto a  divulgar a nossa TERRA E AS NOSSAS GENTES, por dever de cidadania e de professor de HISTÓRIA que fui, (com muitos agradecimentos vindos de longe - da emigração- pelo trabalho que tenho deseenvolvido e levado aos confins do mundo) obrigação tenho de me incluir nelas - nessas GENTES - já que, despercebido fico entre as entidades locais ligadas à INVESTIGAÇÃO E CULTURA que, de contrário, elas  orgulhar-se-iam de ver ali, naquele GLOBO TERRESTE, entre tantos, o nome de um CONTERRÂNEO, nado e criado na serra, nada atreito a vénias e bajulações.  Assim: