Trilhos Serranos

LITERATURA ORAL 

Ontem deixei as LETRAS e dediquei-me às ARTES. E no meu mural do Facebook deixei a justificação que abre o texto  do qual aqui apresento parte, assim:

Eu, modesto lenhador na floresta das letras que, de podão em punho, persiste em abrir clareiras de conhecimento e de humanidade (usando essa tosca ferramenta de antanho, bem adequada ao corte das silvas) à falta de inspiração para a escrita, desci aos fundos da moradia que habito e, botando mão ao RESTAURO da cabeceira da CAMA DE FERRO onde, em menino e jovem, dormi SONHOS E PESADELOS, cheguei ao fim do dia com o produto que mostro na fotografia ao lado.

TESTAMENTO


Neste tempo

Em que o lúcido pensamento

Está ausente

Na cabeça de tanta gente,

Quero deixar escrito

Bem claro e dito

Enquanto tenho alento

E tino

(Espécie de testamento)

Com vigor

Sereno e vero

Que, se lutador

Fui na vida inteira

Lutador morrer quero

Ao deixar a Terra.

PERGAMINHOS RURAIS

Já deixei nesta página a fotografia do lavatório portátil que existia na casa dos meus pais, devidamente recuperado e tratado contra os males do tempo. Pintado, recolocado o espelho que estava em falta entre as duas recurvadas orelhas cimeiras e fixado o toalheiro de través, passou a ser uma peça doméstica decorativa e, simultaneamente, recipiente para arquivo dos brinquedos mais miudos dos meus filhos, depois de lavados e desinfetados.

AS ENXADAS

No tempo em que exerci funções docentes na vila de Castro Verde dei-me ao cuidado de fazer uma recolha exaustiva das ditas «décimas populares» não incorporadas nas antologias de LITERATURA institucional que me foi veiculada nos liceus e universidades. Fiz entrega dessa COMPILAÇÃO na secretaria da Câmara Municipal daquele concelho.

Já aludi a esta minha tarefa em escritos anteriores e sublinhei quanto eu aprendi ouvindo ou lendo essas «décimas» (ditas de 40 pontos) por serem composições que tinham à cabeça uma QUADRA a servir de MOTE. Este era depois glosado em QUATRO décimas, terminando cada uma delas, sequenciadamente,  com um verso do MOTE. Assim:

COMÉRCIO LOCAL

Em 2007 publiquei no meu velho site «trilhos serranos» uma extensa crónica sobre o estado em que se encontrava o nosso «comércio tradicional» e quais eram os castrenses que se mantinham firmes na profissão que abraçaram ainda jovens.