Trilhos Serranos

MAR NEGRO


Mar negro, negro mar

Sempre teu nome assim ouvi.

As tuas cores nunca as vi

Nem nunca me interpelei a mim

O porquê de te chamar 

Tanta e tanta gente assim.

O INFERNO NO PENSAMENTO

Falar do inferno, falar do reino do Demónio, dessa figura sinistra, esse ser maléfico patrono de bruxas e de bruxos, pai de todos os males do universo, Lucifer, anjo revoltado contra Deus, é  falar do medo que me foi incutido em menino nas aulas de catequese, idade bem pouco propícia à descodificação de metáforas, alegorias e parábolas.

A minha ingénua alma de criança arrepiava-se, dos pés à cabeça, todas as vezes que me falavam daquela extravagante figura e daquele infernal  “fogo inextinguível”, daquele “fogo eterno”  permanentemente aceso, ali, nas profundezas da Terra, naquele sítio, naquele lugar, onde caíam as almas condenadas e de lá não tinham saída. Sítio de flagelação permanente, diferente era do Purgatório, lugar de transição para o Céu onde os bem-aventurados podiam usufruir o eterno gozo, à mão direita do Criador. 

A INOCÊNCIA

Inocente

E eloquente

É o olhar desta criança

Ao colo da mãe.

Um instantâneo

Das redes sociais

Que registo para lembrança.

 


A ESTÁTUA



O sal

Mesmo que seja

Sal-gema

Fácil é de moldar

Pelo escultor que o maneja

E, na abordagem de um tema,

Qualquer que seja,

Troca o BEM pelo MAL

 


QUEM TRAVA A BESTA?

O mundo inteiro

Civilizado

Assiste pasmado

À destruição de cidade

Após cidade.