Trilhos Serranos

 “SETE PÃES”

Apesar de estar avisado pelo PROFESSOR DOUTOR Moisés Espírito Santo (sociólogo, etnógrafo e etnólogo) através do alerta por ele deixado no  “Ensaio Sobre a Toponímia Antiga”, colado ao seu livro “Origens Orientais da Religião Popular Portuguesa”, editado em 1988, onde diz que “para a compreensão dos nomes exigem-se conhecimentos e métodos minuciosos ligados ao trabalho de terreno e sobretudo a atenção para valores que escapam a outros profissionais. Descobrir a significação desses nomes é penetrar na lógica do “batismo dos sítios”: quais o sítios e quem lhes atribuiu o nome; a funcionalidade desses nomes; a relação dialética entre os nomes, os sítios e as pessoas que neles moram; o critério da atribuição de um nome e não de outro, as resistências à evolução ou ao desaparecimento dos nomes antigos, etc” (pp 255/256), defensor que sou da preservação dos TOPÓNIMOS pela substância histórica que transportam, atrevo-me a pisar o trilho que me leva à “QUINTA SETE PÃES”, sita ali, entre os Braços e Vale de Matos.

«POÇO DOS MOLGOS»

No meu livro “Implantação da República em Castro Daire - I” escrevi o texto que se segue com o título que achei adequado ao momento político nacional e os movimentos dos REPUBLICANOS (nacionais e locais) reagindo ao “28  DE MAIO DE 1926” que instaurou a DITADURA em Portugal. As fotos ilustrativas foram acrescentadas agora, porque só neste ano de 2020 me foi possível chegar e estudar esse troço de rio . Assim:

INSTANTÂNEO

Um instantâneo 

Oportuno

Será Poeisedon

Será Neptuno?

Ele das ondas sai

E pés na areia

Num momentâneo

Olhar, eia!

Parece-me conhecê-lo.

E a sê-lo,

Eu vos digo,

É um amigo

Visto por outro amigo

Os dois primeiros

Que comigo

Fazem os “três mosqueteiros.”

Abílio/2020

 

GENTE DA TERRA

Na minha crónica anterior relativa aos meus ascendentes remotos e próximos por parte da minha mãe - OS BERNARDOS - veio a talhe de foice falar do tio FORTUNATO DOS SANTOS, um vizinho meu, e, de caminho, aludi às aventuras que ele me contava enquanto soldado incorporado nas tropas portuguesas que participaram na PRIMEIRA GRANDE GUERRA.

BERNARDOS

As recentes crónicas que publiquei sobre as ruínas das moradias, em Cujó, que foram dos meus pais, nas quais me criei, proporcionaram-me lançar um olhar arqueológico sobre elas, no seu conjunto e cada uma de per si, mais sobre as paredes meeiras entre os vizinhos e o capeado saliente nalguns alçados, em forma de “V” invertido, visando a proteger das águas a moradia ou palheiro situado a nível inferior.