Trilhos Serranos

TROPA, 5

Retomo aos "REGIMENTOS" de D. Sebastião para acrescentar uma informação absolutamente indispensável à compreensão da forma de "recrutamento militar" neles previsto. Diz respeito às NOTIFICAÇÕES dos "vassalos" que, habitando no Reino, não importa em que cidade, vila ou aldeia, se recusavam  a incorporar a ORDENANÇA e fugir aos recrutadores.

TROPA, 4

E creio ter chegado ao ponto que me levou a reler os REGIMENTOS  de D. Sebastião, para refletir sobre a expressão "tropa-fandanga". Necessário é, todavia, darmos um salto do século XVI para o século XVIII e, já agora, até aos nossos dias. 

Vimos no juramento do capitão-mor que ele assinou "por sua mão". Está-se mesmo a ver que, por este Reino afora, seriam muito poucos os que tinham privilégio de saber ler e escrever. É tema que para a maioria de nós não precisa demonstração. É só lembrar o grau de analfabetismo que existia nos meados do século XX.

A TROPA, 3

No meu livro "Cujó, uma terra de Riba-Paiva" editado em 1993, deixei dois episódios registados na tradição oral relacionados com fuga ardilosa de dois mancebos ao recrutamento militar em tempos distantes, quando foram surpreendidos pelos recrutadores aparecidos de imprevisto. E, face à forma como tal se fazia, não custa nada emprestar-lhe autenticidade. Vejamos mais um trecho do REGIMENTO:

TROPA, 2

JURAMENTO. Repare-se como ele começa. "Eu foão" (não é gralha, nem engano) é tão só o "F..." que chegou às minutas das nossas repartições, a iniciar qualquer documento. Lembram-se? Aí vai:

A TROPA, 1

Nesta página de militares para militares, com a aceitação civilizada de nela colaborarem alguns civis, entre os quais me conto, na sequência de uma extensa crónica que publiquei no meu site sobre a NOBREZA DE MÕES (Castro Daire)  na qual menciono o CAPITÃO-MOR daquela vila, não pude deixar de reler os "Regimentos Militares" Tomo II, Lisboa, 1797, nos quais me veio à lembrança expressão "topa-fandanga"  que, de quando em vez, o meu pai, lá na aldeia, usava para caracterizar algo desorganizado. O que não acontecia, seguramente, com as tropas que gastaram as solas na região de Tete e noutras terras de Moçambique.