Trilhos Serranos

ASSOCIAÇÃO RECRATIVA E CULTURAL DE FAREJA, EM FESTA

Fareja, ano de 1981. Tempo de em que cada aldeia tinha de ter um campo de futebol em terra batida. Alguns habitantes em conversa amiga, pensaram e disseram:. «que tal uma Associação Recreativa, aqui, na aldeia? Boa ideia!» E dito e feito. Das palavras passaram aos actos. Em 18 de Fevereiro de 1981, no Cartório Notarial de Castro Daire, nascia, por escritura pública, a «Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Fareja», logo depois oficializada no Diário da República, III Série, nº 61 de 14-03-1981.  A marca inicial «Desportiva» viria, mais tarde,  a ser abandonada, dando lugar à actual designação «Associação Recreativa e Cultural de Fareja». Os responsáveis pela fundação foram os senhores, Manuel Ferreira Soares, Porfírio Lourenço Romão, Celestino da Silva Monteiro, Dário de Almeida Ferreira, José Carlos Ferreira Lourenço,  Alfredo Jorge Ferreira Lourenço, Manuel José Pereira Pertancho, José Maria Carvalho Rodrigues,  Carlos Alberto Pereira Soares, António Monteiro Diogo, Daniel dos Santos Costa, Amadeu Ferreira, Joaquim Ferreira da Silva, nomes e rostos que, os dirigentes posteriores da Associação, já com sede própria, acharam por bem colocar numa moldura e fixarem-na no átrio de entrada, em homenagem aos fundadores. 

FISGADAS DA MEMÓRIA NO QUOTIDIANO

Qual criança que se diverte com uma fisga, estica o elástico e arremessa para longe a pedrinha entalada entre os dedos polegar e indicador, também a nossa MEMÓRIA, insperadamente,  nos leva a sítios distantes para avivar momentos de convívio e caminhos andados.

É isso. Fomos colegas da faculdade e de profissão. Ele, o Arménio, alentejano, colocado em Aljustrel e eu, beirão, colocado em Castro Verde.

Ambos tivemos de fazer «cursos de reciclagem pedagógica/científica» (hoje diz-se para aí, nos órgãos de comunicação social, que “ensinar tem ciência». Ah!, Pois, tem, tem...) cursos, dizia eu, que ora decorriam em Portimão, ora em Faro.

A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS

Nos meus quilómetros de escrita e de vídeos averbo várias crónicas com o título “GENTE DA TERRA” e, ultimamente, sozinho ou acompanhado, tenho andado a calcorrear montes e vales, aqui pelas bandas do Montemuro, a falar com pessoas, esses livros andantes, a fazer registos fotográficos e em vídeo, caminhadas que têm dado conteúdo a textos, com visível marca GEOGRÁFICA,HIDROGRÁFICA, GENÉTICA  E EPIGENÉTICA, intitulados “HERÓIS DA SERRA” relativos a pessoas, com extensão aos TOPÓNIMOS, uma espécie em vias de extinção.

Retomo a caminhada, desta vez para associar o que ficou dito por José Ferreira Miguel, natural da Relva, freguesia de Monteiras, com ascendência de Cujó, já que o seu bisavô, FIRMINO PEREIRINHA E SILVA, era oriundo daquela aldeia, membro da conceituada família dos PEREIRINHAS que eu muito bem conheci e conheço, quer pessoalmente, quer através leitura de documentos históricos.

LAMELAS – OS SEUS TEMPLOS E MILAGREIS

Recentemente o meu amigo Fernando Parente, de Lamelas,  remeteu-me, via Messenger, o desenho da Igreja de Lamelas, com uma legenda onde pode ler-se o emprenho  do fundador e ermitão «José Lopes», assim: «Egreja dedicada a Nossa Senhora dos Remédios da Divina Providência, na montanha de Lamelas, em Castro Daire, feita com a esmola dos devotos. Lembrança oferecida aos benfeitores, implorando a proteção para a sua conclusão das mesmas obras». O Fundador e Ermitão, José Lopes». (Ver toto em rodapé).

E solicitava-me esse meu amigo para escrever algo sobre o assunto ou repescar o que já, por ventura, houvesse publicado. Respondi-lhe que sim, Que já tinha escrito uma crónica sobre essa Igreja no jornal «Notícias de Castro Daire» e no meu velho site. Que iria espiolhar os meus arquivos e se encontrasse tornaria a pôr on line o trexto publicado. É o que estou a fazer, tanscrevendo «ipsis verbis», a que acrescento, no final «O DESENHO» que me foi enviado, assim:

A RESISTÊNCIA DOS TOPÓNIMOS

Nas duas crónicas anteriores, falando das Monteiras, Relva,  Mezio e topónimos adjacentes, falei dos “caminhos carreteiros”, da rede viária que ligava as aldeias da serra à sede do concelho. E aludi ao trajeto mais curto entre Monteiras e Castro Daire, passando por Farejinhas, atravessando o Rio Paivó nas POLDRAS do Carvalhal ou nas POLDRAS das Quebradas, à desbanda do Miravai, a subir para Vale de Lobos. 

E o jornal «O Castrense» de 20 de Dezembro de 1915, confirma esse trajeto,  dando nota do  acidente que serve de abertura ao presente trabalho.