Trilhos Serranos

OBRAS DE SANTA ENGRÁCIA

Quem não sabe, só não sabe, porque não quer saber. É que sobre esta matéria da REQUALIFICAÇÃO URBANA e outras ADJETIVAÇÕES afins, não falta informação bastante disponível na Internet, matéria acessível aos simples curiosos e aos especialistas da régua e esquadro, mais conhecidos por ENGENHEIROS E ARQUITETOS. 

É só saber ler, navegar no “mare magnum” da WWW e, através de um simples motor de busca, num  “ai” sai-nos dos lábios um triplo “ai, ai, ai” face às novidades que, em redor de nós, se vão “requalificando”, «reabilitando» «conservando» ou «mudando». isto é, que, em redor de nós, vemos o que “era e deixou de ser”, mudança sem que tenham sido cumpridas as mais elementares regras a que isso obrigava, segundo os cónegos do específico múnus, ou seja a conciliação harmoniosa e funcional do PASSADO com o PRESENTE, por forma dar sentido e identidade ao FUTURO

Para justificar este meu espanto e desencanto deixo aqui as palavras de alguns “especialistas” que se deram ao cuidado de “ensinar quem não sabe”.

HISTÓRIA - PEGADAS NO TEMPO E NO ESPAÇO

Nascido na aldeia de Cujó, lá cima na serra, entre Almofala e S. Joaninho, menino ainda, correndo montes e vales, a guardar gado, cedo aprendi a distinguir o terreno baldio de uma moita,  uma tapada de uma cerca, um leira de cultivo, de um lameiro e de uma lameira, um terreno destinado somente à agricultura e outro destinado às duas coisas ou somente a pastos e fenos.

A SERRA DO  MONTEMURO É UM JARDIM

À falta de uma flor, uma simples margarida que seja, daquelas florinhas que, espontaneamente, bordejam todos os caminhos, ali, no espaço que foi JARDIM PÚBLICO, na vila de Castro Daire, espaço que correu mundo em POSTAIS ILUSTRADOS como BILHETE DE IDENTIDADE DO CONCELHO, espaço resultante de expropriação de hortas, quintais e pardieiros levadas acabo desde 1919, pelos EXECUTIVOS MUNICIPAIS DA ÉPOCA, tal como já historiei em livro próprio, espaço que, em recente REQUALIFICAÇÃO, RESTAURAÇÃO, REABILITAÇÃO (como se lê em matéria especializada)  perdeu a IDENTIDADE  virou não “SEI QUÊ” e, prossigo, à falta de uma só flor, dizia eu, faminto de algo identitário, belo, colorido e nosso, monto a minha mota e deixo-me ir nela até ao topo da serra do MONTEMURO. Não sem me perguntar: como se transmitem  os valores identitários às novas gerações se não conciliarmos o passado com o presente e o futuro? Se varemos da HISTÓRIA o legado que tanto custou aos nossos ANTEPASSDOS?

HONRARIAS EM PRATA E PEDRA

Todo o historiador, isto é, todo o estudioso que tenha dilatado os seus estudos de HISTÓRIA para além dos conteúdos que dão corpo aos compêndios liceais, ou mesmo os conteúdos administrados em certas Escolas Superiores de Educação, donde saíram muitos professores habilitados a ensinar História nas nossas escolas básicas, sabe bem a forma como, ao longo do tempo, certas honrarias sociais foram obtidas por forma a que os seus detentores se pavoneassem com ares de superioridade perante aqueles que tais honrarias não tinham, nem sonhavam ter.

GENTES DA SERRA

Um senhor transmontano, HERMENEGILDO BORGES, natural de Loivos, foi metido recentemente  no meu rol de amigos mercê das linhas que tecem as «redes sociais».  Ligado a intituições judiciais e com obra publicada sobre a matéria,  entusiasmado com a minha escrita envidou todos os esforços para adquiir o meu livro «JULGAMENTO» editado em 2000. E conseguiu essa façanha pela arte a manha de quem conhece as linhas usadas pelo alfaiate. Logo a seguir sugeriu para eu fazer uma NOVA EDIÇÃO, pois via ali conteúdo de interesse, não só literário, mas também de conhecimento histórico e social. Desiludi-o. Apesar de estar no pleno gozo dos meus direitos de autor, por incumprimento vergonhoso dos deveres contratuais da editora, cujo nome omito intencionalmente, disse-lhe que não  iria investir algo mais que fosse nessa matéria.  E por ali nos ficámos.

Acontece que, dando voltas aos meus arquivos digitalizados encontrei o texto que resolvi partilhar aqui, pois é matéria que deu corpo a esse meu «romance histórico»  publicado e esgotado. Foi e é assim: