Trilhos Serranos

TEMPO E MODA

 

Coisas de moda!

O mundo roda

E as calças rasgadas

De outrora

(Sinal de pobreza!)

Eram remendadas

Pois mal parecia,

Usá-las noite e dia,

Rotas, esfarrapadas.

«COMÉRCIO SERRANO»

As povoações trabalhadoras, quer viventes nos meios urbanos quer nos meios rurais, cedo tomaram consciência, individual e coletiva, de que as FEIRAS eram a melhor oportunidade para venderam os produtos que produziam em excesso e para adquirirem os que lhes faziam falta nos seus místeres. E os nossos primeiros reis, no sentido de desenvolverem o COMÉRCIO e cobrarem impostos, logo se mostraram pródigos a fundá-las, ainda que algumas delas tivessem o estatuto de FEIRAS FRANCAS isentas de impostos.

BOTÃO CAÍDO

BOTÃO COSIDO

INQUIRIÇÕES DE 1258 E «MEMÓRIAS PAROQUAIS DE 1758»

 Já não é a primeira vez que no decurso deste meu trabalho tenho recorrido às «pegadas» deixadas em verso por Carlos Mendonça. O herdeiro mais novo do SOLAR DOS MENDONÇAS, onde atualmente funciona o Centro de Interpretação do Montemuro e Paiva, em boa hora adquirido pelo Município. Foi um castrense que emigrado para o Brasil, com visitas intermitentes ao torrão natal, deixou mais informação histórica sobre o concelho do que muitos naturais que, por cá ficando, romperam a sola dos sapatos nos passeios da vila, ou os fundilhos das calças nas cadeiras dos cafés, ou ainda nas cadeiras institucionais do poder político e cultural. Infelizmente. Este cidadão no seu périplo por terras do concelho, depois de ter falado de Alva, diz em QUADRA:  

A QUINTA DE RABAELO NA HISTÓRIA

Em crónicas anteriores verificamos que, não podendo os «ricos-homens» fixar-se no concelho de Castro Daire, João Pereira, alcaide-mor de Guimarães e fidalgo da casa Real, conseguiu a carta de privilégio para sancionar as JUSTIÇAS DA TERRA neste concelho, v.g. os «oficiais da Câmara» que tinham nas mãos a gestão do município. Digamos que era o atual EXECUTIVO MUNICIPAL. Foi a forma enviesada da classe «nobre» interferir no poder local. E até que, de forma direta, isso viesse a acontecer, ainda passaria muito tempo. Não é, propriamente, por acaso, que as «casas brasonadas» dentro dos limites do concelho se remetem para o século XVIII.