Trilhos Serranos



Lá longe...em Moçambique, na cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo) numa das aulas de Literatura Portuguesa, analisando um poema de Reinaldo Ferreira (filho) guardei para toda a vida a opinião do meu professor, Dr. Francisco Cristóvão Ricardo: "só este poema faz de Reinaldo Ferreira um poeta". E acrescentava que, para se ter essa categoria, não era preciso escrever muito: "um simples poema valia por um livro inteiro".


Corre o mundo seu fadário
No fio do tempo rolando
A Língua foi-se mudando
Dicionário após dicionário.

No dia 15 de outubro do ano passado realizei e alojei no Youtube, com imagens minhas a voz de Almeida Santos, um vídeo com a balada "Lá longe, ao cair da tarde". O seu falecimento transportou-me, agora, a Moçambique e, por conseguinte, a Lourenço Marques, onde o conheci, ele já com carreira consolidada no foro e eu a começar a carreira de trabalhador-estudante. 


 Num diálogo que resolvi travar com uma divindade desconhecida sobre o vinho, ela, como que adivinhando o que eu lhe ia perguntar, antecipou-se:

- E antes que me perguntes algo sobre o lagar e lugar do vinho ao longo da história humana,  digo-te já que quem conhece a tosca e pesada prensa do azeite, conhece a tosca e pesada prensa antiga do vinho: uma vara de madeira com uma das extremidades metida numa abertura da parede com folga bastante para poder ter um movimento vertical e apertar, de cima para baixo o bagaço obrigada pelo fuso que nela entronca em cujo extremidade inferior se encontra um enorme peso de pedra.

Há pessoas que, às vezes, perdem boas oportunidades para ficarem caladas.  Sem terem a mínima ideia dos trambolhões que um livro dá até chegar à versão final, às mãos do leitor, ignorando quantas vezes ele é revisto por forma a evitar erros e gralhas,  sem terem ideia nenhuma da peregrinação que ele faz do autor para a tipografia e vice-versa, sem nunca terem posto os olhos nas provas tipográficas revistas de autores credenciados, sem nada disso saberem, se apanham um erro ou gralha num livro de 500 (quinhentas) páginas, aqui d'el Rei que «está aqui um erro».

Ora essas pessoas eu remeto-as, agora mesmo, para o texto que serviu de introdução ao meu livro «Lendas de Cá, Coisas do Além», publicado em 2004, ilustrado com uma página do meu livro «Castro Daire, os Nossos Bombeiros, a Nossa Música» em fase de revisão de provas, tal qual se segue: