Trilhos Serranos

Os recentes acontecimentos perpetrados contra a HUMANIDADE, levados a efeito por um grupo de terroristas fundamentalistas, em nome de um deus e de uma religião (esquecido o que, há muitos anos, estudei sobre o Médio Oriente, entre Israelitas e Palestinianos)  fez-me estender o braço, retirar da estante o "Paradigma Perdido" de Edgar Morin, (Publicações Europa-América, segunda edição,1973) e retomar a caminhada da "NATUREZA HUMANA", no ponto onde ele estancou e disse:


Já lá vão muitos anos que vi um filme, a preto e branco, cujo protagonista era um médico de província. Aparecia sentado a matraquear numa máquina de escrever esquecido das horas das refeições. Ouvia-se uma voz feminina, vinda dos fundos: «vem, a comida está na mesa». Uma, duas, três vezes e eis a resposta: «já vou, estou a acabar um artigo para o jornal local e se eu não faço isto, quem o faz?». Mais palavra, menos palavra, nunca me esqueceu este exemplo e foi o que fiz a vida inteira: escrever para os jornais locais/regionais, esquecido das horas das refeições, tudo sem «carteira de jornalista». São anos e quilómetros de «notícias», de «comentários críticos», de «história» «usos, costumes» etc. etc. e tudo o mais que julguei de interesse informativo e cultural. Na imprensa, na Internet, no meu site e agora no facebook. 


A palavra FILÃO anda por aí de mão em mão, de mente em mente, na boca de muita gente, escrevente e não escrevente, todos cheios de sabedoria, sem todavia, estou seguro, quaisquer deles jamais ter entrado no escuro, mina adentro, gasómetro aceso, em direcção à veia negra do volfrâmio, do minério que fez da geração anterior à minha, e da minha própria geração, toupeiras humanas a esburacar montes, fosse na horizontal ou na vertical.

Anda o diabo à solta, mesmo à porta da igreja. Ele pertencia à escolta do Criador, mas, por inveja, querendo ser também SENHOR, revoltou-se contra o pai e este, num ai, estava-se mesmo a ver, vingativo, de castigo sem igual, em modos pouco ternos, fez dele Lucifer, senhor do mal e dos infernos.


Ó Luis, 
Ó Luis de Camões
Mesmo sem carne, nem cabelo

Nem  olho,

Quero lá sabê-lo

Levanta-te da tumba