COMÉRCIO TRADICIONAL
Relacionadas com os «posts» que tenho vindo a publicar sobre o COMÉRCIO TRADICIONAL, para além dos «COMENTÁRIOS» e «GOSTOS» colocados neste meu «mural», subscritos pelos respectivos «amigos», chegaram-me algumas mensagens particulares a perguntar se eu estava envolvido nalguma campanha eleitoral para as próximas eleições autárquicas. Afirmo, categoricamente, aqui e agora, que não e acrescento: deixei, há muito tempo, as lides políticas locais por entender que era mais útil à minha terra fora do APARELHO PARTIDÁRIO, (PS) do que dentro dele, isto é, por entender que devia fazer o que nunca nenhum munícipe fizera anteriormente, ou seja, investigar, publicar e divulgar a história do concelho. Com essa atitude, exclui-me, antecipadamente, de poder vir a integrar a lista dos condecorados no «DIA DO AUTARCA» tão justamente instituído para homenagear alguns daqueles políticos que prestaram relevantes serviços à causa pública.
CACIFO DE FURÃO
Os meus dois filhos cresceram rodeados do carinho e dos afetos que lhes eram devidos pelos pais. Mas também cresceram a ver os progenitores, ora agarrados aos livros, ora a corrigir os testes dos alunos, ora a restaurar velharias, quaisquer que elas fossem: desde uma seitoira (foice) que gastou os dentes a segar erva e centeio, ou um podão, cujo fio se tornou rombo a cortar silvados à beira de um caminho ou de leiras de semeadura.
Pessoa amiga, sabendo-me ligado uns anos a Moçambique, sempre interessado no tema COLONIZAÇÃO/GUERRA COLONIAL/DESCOLONIZACÃO e vendo o que eu escrevi sobre OS PRAZOS DA ZAMBÉZIA e suas DONAS (na página PICADAS DE TETE) e bem assim o que deixei escrito nesta minha página sobre o CONDE DE FERREIRA, referindo-me à primeira escola primária implantada na vila de Castro Daire, com o seu título e data da sua morte, 1866, teve a gentileza de comprar e oferecer-me o livro de José Capela, com o título «Conde de Ferreira & Cª, Traficantes de escravos», portanto, ligado ao comércio negreiro, do qual ele foi um protagonista histórico. Tenho andado a lê-lo e a cotejar o seu conteúdo com matéria conexa que deu corpo à minha licenciatura em HISTÓRIA. Ontem à tarde não fiz outra coisa.
Nos fins de fevereiro, p.p. chegou-me à velha caixa do correio mais um livro de Manuel Lima Bastos. Mais um que ele teve a gentileza de me oferecer e enviar com a costumada e amável dedicatória. Li-o com a avidez e o prazer com que li todos os anteriores. Desta vez tem o título «Mestre Aquilino, Caçador e a Gaitinha do Capador».
Mais um, o oitavo, carpinteirado, apaixonada, paciente e sabiamente com a matéria-prima extraída dos soutos e carvalhedos plantados pelo Mestre Aquilino Ribeiro, o nosso (de ambos) escritor de eleição. E o que posso eu acrescentar mais ao que já disse sobre este louvável e incansável labor de Lima Bastos? O que me falta dizer para corroborar nesta sua tarefa de divulgação da obra e do nome deste escritor beirão que pôs em letra redonda a vida dos meus avós, dos meus pais e a minha própria vida?