Trilhos Serranos

«Quem tem boca vai a Roma!». «Todos os caminhos vão dar a Roma!» . 

Aos setenta e sete anos de idade (bem perto de usar a bengala) recordo muito bem estas duas  expressões que os adultos me diziam a mim, e aos meninos da minha idade, para incutir-nos confiança e, sem medo, calcorrearmos os carreiros, caminhos e veredas que rasgavam os montes e as serras onde nós íamos guardar gados. Ali, em plena liberdade, sem os cuidados paternalistas e vigilantes dos nossos pais a fazermos as mais incríveis e arriscadas brincadeiras.

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Em cada uma das grades, o gosto do primeiro proprietário do prédio, o sentido estético do mestre ferreiro para quem o ferro não tinha segredos. Constato que alguns desses mestres, além de manejarem o malho e a bigorna melhor do que eu algum dia manejei a caneta e o teclado do computador, mesmo sem nome, deixaram-nos provas evidentes de serem artistas de renome. 

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Virando costas às "QUATRO ESQUINAS" e seguindo  ESTRADA NACIONAL N. 2 abaixo, em direção ao Coreto, deparamos com a casa de pedra que é propriedade atual do Dr. Jorge de Melo Ferreira Pinto. 

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Mas retornando ao Largo Espírito Santo (Feira das Galinhas) e subindo  Rua Direita acima, desembocamos na Praça Aguilar, a Praça, onde, em 1844, foi levantada a forca para dar fim a um dos assasinos do Padre  Bizarro (liberal), um dos três miguelistas de Farejinhas que, nos arredores de Folgosa, em 1840, lhe fizeram uma espera e resolveram, ali mesmo, secar-lhe o céu da boca, de modo a que ele nunca mais fizesse um sermão,  tal como  já espliquei, pormenorizadamente,  em textos anteriores. 

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Dito isto, ao lado da Igreja Matriz, e também à sua frente, temos dois magníficos exemplares de arte forjada.