Trilhos Serranos


A palavra FILÃO anda por aí de mão em mão, de mente em mente, na boca de muita gente, escrevente e não escrevente, todos cheios de sabedoria, sem todavia, estou seguro, quaisquer deles jamais ter entrado no escuro, mina adentro, gasómetro aceso, em direcção à veia negra do volfrâmio, do minério que fez da geração anterior à minha, e da minha própria geração, toupeiras humanas a esburacar montes, fosse na horizontal ou na vertical.

Anda o diabo à solta, mesmo à porta da igreja. Ele pertencia à escolta do Criador, mas, por inveja, querendo ser também SENHOR, revoltou-se contra o pai e este, num ai, estava-se mesmo a ver, vingativo, de castigo sem igual, em modos pouco ternos, fez dele Lucifer, senhor do mal e dos infernos.


Ó Luis, 
Ó Luis de Camões
Mesmo sem carne, nem cabelo

Nem  olho,

Quero lá sabê-lo

Levanta-te da tumba



Passada a lufa-lufa das eleições legislativas que, no domingo passado, tiveram lugar nesta nossa REPÚBLICA,  é tempo de retomar o assunto que deixei pendurado, lá para trás, ligado ao tempo da MONARQUIA. Sei que, na voracidade e sobreposição de tanta futilidade facebookiana,  os amigos já esqueceram o que eu disse sobre o nome PELÁGIO,  nome esse que tão vulgar foi, entre nós, em tempos de RECONQUISTA CRISTÃ/MONARQUIA e depois se afastou das nossas pias baptismais. Nos tempos actuais, dele se esquecem os abades, curas, padrinhos, frades e pais,  pois os nomes honrados dos heróis dignos de perpetuarem, nos filhos e afilhados, os "fastos pátrios", são outros.

A minha netinha mais nova (quatro anos de vida)  sentada nos meus joelhos (coisas de crianças...só mesmo delas), afaga-me a barba branca e, olhos esbugalhados, grandes como os do pai e da avó Mafalda, muito querida, de uma vez só, pergunta-me de rajada, carinhosamente: "porque tens as barbas, as sobrancelhas e os cabelos brancos ... assim tudo branquinho?" Respondi prontamente: "por ser teu avozinho. Todos os avozinhos (eles são tantos) têm a barba e cabelos brancos, se não forem carecas. "Como o Pai Natal?" interpela ela, pertinente, mãos irrequietas, aquele pingo de gente, naquela  sua idade de perguntas sem fim e infinita curiosidade. "Tal qual", respondi sorrindo, brincando e concordando com a imagem bonita aninhada na sua mente infantil.